No Dia do Trabalho, Defensor Público pede reflexão sobre a necessidade de acolhimento do trabalhador com deficiência


"A discriminação, a falta de capacitação e de acessibilidade nos ambientes corporativos são barreiras que ainda precisam ser superadas", diz André Naves.
 

 

Nesta época em que comemoramos o Dia do Trabalho muito se fala sobre as lutas e conquistas dos trabalhadores brasileiros, mas uma questão ainda é pouco abordada: a verdadeira inclusão dos trabalhadores com deficiência no mundo corporativo. Por isso, é preciso trazer à tona uma reflexão mais profunda sobre as imensas barreiras que ainda impedem a plena participação no trabalho de alguns segmentos da população, como é o caso dos trabalhadores mais idosos e também daqueles que possuem algum tipo de deficiência, seja física, mental, psicossocial e/ou intelectual.

 

De acordo com o Defensor Público Federal André Naves, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social, nas comemorações do 1º de maio é preciso discutir a necessidade de as empresas promoverem maior participação e acolhimento das pessoas com deficiência (PcDs) no mercado de trabalho.

 

“Embora tenhamos avanços significativos em termos de legislação, ainda há desafios consideráveis que os PcDs precisam enfrentar ao buscar oportunidades de trabalho. A discriminação, seja ela evidente ou sutil, continua a ser uma realidade para muitos, dificultando a entrada no mercado ou mesmo a progressão na carreira. É fundamental que os empregadores e os próprios colegas de trabalho reconheçam o valor e o potencial dos PcDs, proporcionando a eles um ambiente inclusivo e acolhedor”, ressalta Naves.

 

Outro grande obstáculo que precisa ser superado é a dificuldade de acessibilidade nos locais de trabalho. “Investir em infraestrutura e tecnologias que promovam a acessibilidade não só beneficia as pessoas com deficiência, mas também os demais funcionários, enriquecendo o ambiente corporativo”, reforça o Defensor Público.

 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), sete em cada dez pessoas com deficiência estão fora do mercado de trabalho. Por isso, André Naves enfatiza que é essencial garantir que os PcDs tenham oportunidades de educação e capacitação profissional adequadas a fim de que possam alcançar seu pleno potencial.

 

“A falta de oportunidades de aprendizagem pode limitar as perspectivas de emprego e progressão na carreira. Como Defensor Público Federal, continuarei a advogar pela igualdade de oportunidades e pela inclusão de todos, sem discriminação. É preciso que tanto os empregadores, como as autoridades governamentais e a sociedade em geral se unam nesse esforço para criarmos ambientes de trabalho verdadeiramente diversificados e inclusivos. Neste Dia do Trabalhador, devemos renovar nosso compromisso em prol de uma sociedade onde todos, independentemente de suas características, tenham a oportunidade de prosperar”, conclui Naves.

O Brasil possui cerca de 18,6 milhões de pessoas com deficiência, segundo o IBGE. No entanto, apenas 34,3% dos trabalhadores PcDs ocupavam postos formais de trabalho em 2019, enquanto entre as pessoas sem deficiência a taxa era de 50,9%. Além disso, pessoas com deficiência tinham um rendimento médio mensal proveniente do trabalho de R$ 1.639, enquanto os indivíduos ocupados sem deficiência recebiam, em média, R$ 2.619 por mês. Os dados são da publicação “Pessoas com deficiência e as desigualdades sociais no Brasil”, divulgada pelo IBGE. A principal fonte do estudo é a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS).
 

 

Defensor Público André Naves / foto divulgação

Comentários