*José Renato Nalini
Todos sabem que a falta de
iluminação pública é um fator estimulante das atividades delinquenciais. Os
criminosos estão imersos na escuridão moral e a luz os inibe de práticas
delitivas. Por isso é essencial que em todos os municípios, haja iluminação feérica
em todos os espaços. Hoje, com avanços científicos e tecnológicos, com a
utilização do sistema LED, tudo se torna possível. LED significa “light
emitting diode” ou, em português, diodo emissor de luz. Converte eletricidade
em luz e poupa energia, em comparação com os sistemas incandescente e
fluorescente.
Até para poupar recursos públicos,
extraídos de contribuintes irados com a surreal condição tributária tupiniquim,
os Prefeitos precisam adotar práticas inteligentes e tornar suas cidades
inóspitas aos ladrões e outros atores preferenciais da Justiça Criminal.
São Paulo é uma cidade que precisa
de muita eletricidade. Um caminho é utilizar a energia produzida pela biomassa
dos resíduos sólidos, eis que os brasileiros são os maiores produtores daquilo
que se chamava “lixo” e que foi substituído por esse eufemismo elegante:
resíduos sólidos.
O problema da iluminação esteve
sempre no radar dos paulistanos. Ernani da Silva Bruno, em sua saborosa
“História e Tradições da Cidade de São Paulo” observa: “As ruas e os pátios
piratininganos – cheios de covas, de valetas, de sarjetas danificadas, de ervas
e de mato, de sujeira de bichos – ficavam de noite envolvidos na treva mais
profunda. Tanto mais que, como medida de prudência, em uma povoação onde em
fins do século dezesseis ainda havia muita cobertura de casa feita com sapé, a
Câmara, como escreveu Taunay, estabelecia em 1590: “Negro nem branco traga de
noite fogo pela vila”, “Ninguém se entenderá de um vizinho para outro e
fronteiro”. Simplesmente a da lua e das estrelas, portanto, a iluminação das
ruas”.
Hoje, os centros de praticamente
todas as cidades brasileiras são entregues às trevas. E nestas circunstâncias,
tudo pode acontecer neles. Assim, a principal providência que qualquer bom
Prefeito deve tomar em relação à sua gente, é prover de muita luz, de abundante
iluminação, todos os lugares do município. Assim como o sol é o melhor detergente,
a luz para a noite é o melhor antídoto à concentração de inimigos do bem e do
próximo.
*José Renato Nalini é
Diretor-Geral da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e
Secretário-Geral da Academia Paulista de Letras.
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