Lançadas de helicópteros, sementes de palmeira-juçara repovoaram 1205 hectares nos últimos três anos


Operação envolveu 60 toneladas de sementes da espécie ameaçada em unidades de conservação do Estado de São Paulo
 

Divulgação Semil


 

 

Nativa da Mata Atlântica, a palmeira-juçara (Euterpe edulis) é um elemento chave, sendo seu fruto alimento para pelo menos 70 espécies de animais. Vulnerável à extinção nos níveis estadual e federal devido à exploração descontrolada do palmito-juçara, a espécie vem sendo objeto de uma iniciativa que comemora resultados animadores. O Programa de Conservação da Palmeira-Juçara (Pró-Juçara), da Secretaria de Infraestrutura, Meio Ambiente e Logística (Semil), por meio da Fundação Florestal (FF), desde 2021 lançou 60 toneladas de sementes de palmeira-juçara ao longo de 1.205 hectares em 17 Unidades de Conservação (UC) de São Paulo. Em 2023, 576 hectares foram repovoados em 16 Unidades de Conservação, contra 629 hectares em 2021/2022, em 11 UCs.
 

Os lançamentos aéreos ocorreram com o uso de helicópteros e drones, imitando a chuva de sementes natural da palmeira. Na ação mais recente, no dia 19/03 a FF Paulo realizou o lançamento de duas toneladas de sementes de palmeira-juçara ao longo de 40 hectares no Parque Estadual da Serra do Mar Núcleo Padre Dória. Esta é a 28º operação realizada pela instituição.
 

As sementes utilizadas são fornecidas a partir da compra pública, de comunidades tradicionais e pequenos produtores rurais, individualmente ou organizados em associações e cooperativas, do entorno de UCs, que têm conservado palmeiras remanescentes em suas propriedades, para repovoar UCs de Proteção Integral. Anualmente cerca de 44 famílias são beneficiadas pelo Repovoamento, entre produtores(as), coletores, despolpadores, e outros envolvidos.
 

O Pró-Juçara (realizado em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Instituto de Terras do Estado de São Paulo - Itesp, universidades, prefeituras e sociedade civil) engloba o repovoamento da palmeira visando a manutenção da biodiversidade da Mata Atlântica e procura também apoiar as comunidades tradicionais e pequenos produtores rurais por meio do Pagamento por Serviços Ambientais da Palmeira-Juçara (PSA Juçara). Iniciado em 2021, o PSA Juçara beneficia 97 famílias, que plantaram 260 mil palmeiras-juçara ao longo de 261 hectares em 5 UCs de Uso Sustentável do Vale do Ribeira.
 

“Os provedores de serviços ambientais são remunerados mensalmente pelo plantio e manejo mínimo de 600 palmeiras-juçara por hectare, entre outras atividades que contribuem com a geração de alternativas de renda sustentável as famílias envolvidas, com o impulsionamento da cadeia da juçara e o fortalecimento das comunidades”, afirma o subsecretário de Meio Ambiente, Jônatas Trindade.
 

Além das duas frentes mencionadas, o Pró-Juçara tem apoiado e submetido projetos de pesquisa em parceria com universidades e atuado na promoção de eventos e capacitações, principalmente para disseminação de conhecimento sobre a coleta, despolpa e comercialização da polpa de juçara, como o 1° Juçarama das Nascentes – Alto Tietê, evento realizado neste ano em Salesópolis, juntamente com a gestão do Parque Estadual Serra do Mar, Núcleo Padre Dória.
 

A polpa da juçara, com cor e sabor semelhante ao açaí amazônico, possui um perfil nutricional mais robusto, sendo rica em compostos antioxidantes e apresentando quantidades mais elevadas de potássio, ferro e zinco. Os frutos podem ser consumidos puros, combinados com outras frutas, utilizados na preparação de receitas e também na fórmula de cosméticos.
 

Para 2024, o Pró-Juçara, através do Repovoamento, objetiva o lançamento de 30 toneladas de sementes em 600 hectares de 16 Unidades de Conservação, impactando cerca de 60 famílias. “Através de um novo edital, o PSA Juçara visa alcançar 200 novos beneficiários e expandir para as Zonas de Amortecimento, abrangendo 12 UCs. Além disso, o Pró-Juçara tem o compromisso de continuar a fomentar a cadeia da juçara e valorizar a palmeira em pé através da realização de eventos e capacitações ao longo do ano”, acrescenta o diretor-executivo da Fundação Florestal, Rodrigo Levkovicz. Para mais informações sobre o programa, acesse: Link 

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