Mulheres sofrem mais com fraturas ósseas resultantes da osteoporose

 Doença afeta cerca de 18 milhões de pessoas no Brasil e mais de 200 milhões ao redor do mundo


Ortopedista Cláudio Mancini 

Durante cerca de uma hora de transmissão, a endocrinologista Mariana Mascarenhas e o ortopedista Cláudio Mancini discutiram tópicos a respeito de fraturas ósseas resultantes da osteoporose. O doutor destacou principalmente a atenção necessária quando é identificada uma primeira fratura. “Uma fratura prévia é o maior fator de risco para o diagnóstico da osteoporose. Uso de glicocorticoides e histórico familiar devem sim ser levados em conta, porém não são os principais fatores de risco da doença”, ressalta Cláudio.

O uso de colete corretor de postura foi um dos assuntos discutidos. Segundo a doutora, o uso do equipamento acaba trazendo uma melhora clínica para o paciente, entretanto nem sempre é a melhor opção. “Muitos pacientes reclamam bastante sobre o uso do colete, se sentem incomodados, outros tem a pele muito fina e acabam se machucando. A imobilização causada pelo colete pode acabar ajudando no desenvolvimento de uma atrofia muscular, por isso é preciso cuidado e analisar bem o caso antes de receitar o uso do colete”, salienta Mariana.

O ortopedista também pontuou sobre o fenômeno da “cascata fraturaria”, que consiste no aparecimento de outras fraturas resultantes após o aparecimento da primeira. Segundo Cláudio, as chances aumentam proporcionalmente na medida em que se descobre uma nova fratura óssea. Ao fim da transmissão, que contou com mais de 50 perfis simultâneos ao vivo, os médicos responderam dúvidas dos espectadores, agradeceram a audiência e convidaram todos a acessar o MBO (Manual Brasileiro de Osteoporose), disponível online no site da editora científica CLANNADA osteoporose é caracterizada pela perda de massa óssea, que causa enfraquecimento nos ossos, tornando-os mais frágeis e quebradiços. Em 2020, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 18 milhões de brasileiros foram impactados pela doença. As fraturas mais comuns são encontradas na região do punho (rádio distal), nas vértebras e no quadril. Em todas elas, as mulheres estão mais suscetíveis às fraturas.


Endocrinologista Mariana Mascarenhas

Dados do MBO (Manual Brasileiro de Osteoporose) mostram que as fraturas de punho são mais comuns em mulheres brancas na faixa entre 45 e 60 anos. Isso ocorre, principalmente, devido ao período de menopausa, marcado pela diminuição na produção do hormônio feminino estrógeno. O capítulo 20 do manual, mostra que as chances de uma mulher ter uma fratura de punho aos 50 anos é de 16,6%, caindo para 10,4% aos 70 anos. Enquanto, para os homens, a incidência é de 2,9% aos 50, e apenas 1,4% aos 70. 

“De todos os tipos de fratura, as do punho podem ser o primeiro fator de identificação da osteoporose nas mulheres no período pós-menopausa. As vertebrais são as mais comuns, enquanto as no quadril são as mais temíveis, devido à alta probabilidade de o paciente ficar fisicamente limitado”, diz o ortopedista e autor do capítulo 20 do MBO, Cláudio Mancini.

Dessas fragmentações nos ossos, 90% ocorrem em pessoas cima dos 50 anos, e a maioria é resultado de quedas da própria altura. O MBO mostra que o risco de uma fratura de quadril ocorrer em um período de 10 anos, em uma mulher com 50 anos, é de 0,3%, aumentando para 8,7% aos 80 anos. Para homens, esses números são menores, e correspondem a 0,2% e 2,9%, respectivamente.




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