PF de Jales/SP prende grupo que aplicava golpes em políticos do país













Operação Mala Preta: Três pessoas foram presas entre elas um policial civil do Rio de Janeiro
Policiais federais de Jales/SP prenderam em flagrante delito na manhã desta sexta-feira (02/05) em um flat da cidade de São José do Rio Preto/SP, três pessoas que estavam aplicando golpe que consistia em conseguir milhares de dólares afirmando que eles iriam trocá-los por recursos de sobra de campanhas passadas de deputados e senadores de Brasília.
A investigação federal denominada “Mala Preta”, em alusão à mala utilizada pelos golpistas para levar os recursos financeiros obtidos, teve início no mês de abril quando a PF obteve informações que um grupo estaria fazendo reuniões com políticos e pretensos políticos da região de São José do Rio Preto. Os golpistas diziam que os recursos eram provenientes de “caixa dois” de campanhas passadas e estariam dispostos a trocá-los por dólares a uma cotação bem mais alta que a oficial.
As vítimas que acreditavam nos golpistas conseguiam valores de 50 a 250 mil dólares para serem trocados por reais. Os golpistas trocavam os dólares verdadeiros por reais falsos. Os pacotes eram lacrados com fitas semelhantes às da Casa da Moeda e com cédulas de real verdadeiras nas extremidades dos pacotes e falsas no interior dos mesmos para ludibriar as vítimas.
Na manhã de hoje, policiais federais disfarçados que haviam se hospedado no flat onde o grupo aplicaria um golpe prenderam em flagrante delito duas pessoas. J.M.M., 43 anos, produtor rural de Divinópolis/MG, que se passava por assessor financeiro e político de deputados e senadores de Brasília e A.C.Q.M., de 35 anos, corretora de imóveis de Taquara, Rio de Janeiro, que se passava por secretária do assessor. Ambos estavam no saguão do flat aguardando uma vítima no momento em que foram presos. Eles utilizavam os nomes falsos de Francisco José Tavares e Cristiane Tavares Campos.
O terceiro preso foi F.B.B., 50 anos, investigador da Polícia Civil do Rio de Janeiro, marido de A.C.Q.M. Ele dava cobertura para a dupla do lado de fora do Flat. Os federais encontraram com ele uma mala preta com aproximadamente 300 mil reais entre cédulas verdadeiras e cédulas semelhantes às de cinquenta reais. As cédulas verdadeiras estavam na capa dos pacotes de reais levando a crer que todas as demais eram verdadeiras. Ele estava portando uma pistola Taurus, calibre .40, de propriedade da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Em outro Hotel, na Rodovia Washington Luis em Rio Preto, outra mala com aproximadamente 300 mil reais em cédulas verdadeiras e semelhantes às verdadeiras foi localizada. O veículo pertence a J.M.M. Os presos estavam hospedados naquele local e pretendiam fugir para o Rio de Janeiro e Divinópolis/MG após a concretização do golpe.
Uma agenda contendo diversos nomes também foi encontrada pela PF com os presos. Os nomes ali indicados serão investigados com o objetivo de robustecer as provas coletadas bem como identificar outras possíveis vítimas do grupo. Embora várias vítimas não procurem a polícia em razão da origem dos dólares perdidos, há necessidade da espontaneidade da apresentação e registro dos fatos na unidade da PF. Esta conduta de colaboração com as investigações será considerada no decorrer do inquérito policial.
As fotos dos suspeitos estão sendo divulgadas para que as vítimas possam entrar em contato com a PF em Jales/SP para registrar os fatos caso as reconheça. Os presos serão ouvidos pelo Delegado Federal Cristiano Pádua da Silva, responsável pela investigação e posteriormente serão conduzidos para unidades prisionais da região onde permanecerão à disposição da Justiça

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