Folhageral:Os eleitores já não se preocupam com críticas a respeito das suas opções diante das urnas.
A ministra
Carmen Lúcia, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), na noite de domingo (27 de outubro), informou que as abstenções de eleitores nas eleições deste ano de 2024 subiram de 21,68% no primeiro turno para 29,26% no segundo turno.
Pela ocorrência
de tais índices, a ministra anunciou que a Justiça Eleitoral fará uma pesquisa para descobrir as causas das abstenções e tentar reduzir o não comparecimento nas eleições gerais de 2026.
Esta coluna
tem acompanhado as abstenções de eleitores em Jales. Aqui também os índices de abstenções têm sido altos. Os eleitores já não se preocupam com críticas a respeito das suas opções diante das urnas.
No pleito
municipal de 2020, Jales tinha 38.520 eleitores aptos a votar. Apenas 26.301 (68,28%) eleitores compareceram nos locais de votação. Os eleitores ausentes foram 12.219 (31,72%), ou seja, quase um terço do eleitorado.
Neste pleito
municipal de 2024 – após boa parte dos eleitores passarem pela biometria e recadastramento – o número de eleitores aptos a votar caiu para 36.249. Deste total, um quarto do eleitorado (24,51%) não compareceu para votar.
Somemos
dados do pleito municipal de 2020: votos brancos = 2.851 (10,84%); votos nulos = 3.940 (14,98%); abstenções = 12.219 (31,72%). Assim, tivemos o total de 19.010 (57,54%) de eleitores descontentes que não registraram votos válidos.
E somemos
dados do pleito municipal de 2024. Depois da biometria e recadastramento, o eleitorado diminuiu para 36.249 eleitores. Tivemos: votos brancos = 1.875 (5,17%); votos nulos = 2.218 (6,12%); abstenções = 8.885 (24,51%). Assim, tivemos o total de 12.978 (35,80%) de eleitores descontentes que não deram votos válidos.
As abstenções
podem ser causadas, em parte, por eleitores jovens (de 16 e 17 anos) e por eleitores idosos (acima de 70 anos), que não precisam justificar ausência. Mas, sem dúvida, muitos eleitores obrigados a votar não comparecem e justificam.
A democracia
brasileira se mostra consistente, mas ainda é imperfeita. Ou seja, ainda está em fase de aperfeiçoamento. Todos sabemos que vai haver o dia em que os brasileiros vão estar aptos para exigir e obter o direito de votar sem obrigação.
A partir do dia
em que o voto for livre, os políticos que quiserem vencer eleições terão que mudar o comportamento diante dos eleitores. O povo terá uma arma mais potente para lhes dar o troco quando achar conveniente: a ausência nas eleições.
O deputado
estadual Itamar Borges (MDB) um dia sonhou em administrar uma metrópole. Bem que tentou se eleger prefeito em São José do Rio Preto, sede da Região Metropolitana de S. J. Rio Preto, formada por 37 municípios.
Certamente,
sua equipe tinha como certa sua vitória. Itamar tinha apoio político de Edinho Araújo (MDB), prefeito consagrado pelo povo rio-pretense em quatro mandatos. E o concorrente eleitoral era quase desconhecido dos eleitores.
Itamar não
esperava ter pela frente um candidato com pouco histórico político, mas qualificado e experimentado em segurança pública e educação jurídica, capaz de crescer rapidamente junto ao eleitorado.
Em Jales,
com a reeleição do prefeito Luís Henrique (PL), fica a expectativa sobre o que vai acontecer em 2025, véspera do ano eleitoral de 2026, quando os assuntos sobre eleições nos âmbitos regionais virão à tona.
Por enquanto,
tem-se que o prefeito jalesense Luís Henrique tenha garantido a amigos que, independentemente de quantos candidatos a deputado estadual garimpem votos na região em 2026, ele será o representante de Jales na disputa.
No último
domingo – dia 27 de outubro – 33,9 milhões de eleitores aptos a votar foram convocados a retornar às urnas neste ano, em 51 municípios brasileiros com mais de 200 mil eleitores, para eleger os prefeitos (e os vices) no segundo turno.
Em cada um
desses municípios, concorreram a prefeito os dois candidatos mais votados no primeiro turno, sem que nenhum deles tenha conseguido obter a maioria absoluta dos votos, ou seja, a metade mais um dos votos válidos.
Neste segundo
turno, nos 51 municípios envolvidos, participaram 17 legendas partidárias. Evidentemente, concorreram com o total de 102 candidatos a prefeito: dois candidatos na disputa da vaga de prefeito em cada município.
Até agora,
a eleição dos candidatos a prefeito está decidida em 50 municípios. Somente em Jundiaí (SP), o candidato do União venceu o candidato do PL, mas a candidatura do vencedor está “sob judice”. Ou seja, aguarda decisão da Justiça Eleitoral.
Segundo a
Agência Senado, dos 33,9 milhões de eleitores aptos a votar no segundo turno, cerca de 03 em cada 10 não compareceram às urnas. A abstenção foi de 29,26%. Este índice foi superior ao do primeiro turno, quando a ausência foi de 21,71%.
No município
de São José do Rio Preto (SP), o candidato eleito Coronel Fábio Cândido (PL) obteve 59,97% dos votos válidos. O candidato vencido Itamar Borges (MDB) obteve 40,03% dos votos válidos. A soma dos votos brancos, votos nulos e abstenções foi bem alta: 40,88% dos eleitores aptos a votar.
Na capital
São Paulo (SP), o candidato eleito Ricardo Nunes (MDB) obteve 3.393.110 votos válidos. O candidato vencido Guilherme Boulos (PSOL) obteve 2.323.901 votos válidos. Os votos brancos (234.317 votos) e nulos (430.756 votos) foram comportados.
No entanto,
a capital São Paulo (SP) foi a campeã de abstenções no segundo turno: 2.940.360 eleitores ausentes. A soma dos votos brancos, nulos e abstenções (3.605.433) foi maior do que os votos válidos recebidos pelo vencedor Ricardo Nunes (MDB).
Nas quatro
capitais – São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Goiânia – o total de eleitores que votaram branco, votaram nulo e não compareceram foi maior do que o número de eleitores que registraram votos válidos nos candidatos vencedores.
Não é à toa
que os analistas políticos se preocupam em encontrar uma boa explicação para o fato de que grande parte dos eleitores fiquem alheios ao direito democrático de votar nas eleições. Por ora, consideram “cansaço e descrença” dos eleitores.
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