*José Renato Nalini
Um dos problemas da fragilidade
educacional brasileira é a insistência em adestrar o educando a decorar
informações que ele encontra mais atualizadas com mero “clique” num celular.
Por isso o Ensino Médio apresenta a maior taxa de evasão. Aulas
desinteressantes, no estilo prelecional em que um fala e todos escutam. Ou
fingem estar a escutar.
Por isso é alvissareira a
perspectiva aberta no setor audiovisual, que permite à juventude explorar sua
criatividade e seu talento, indo muito além da condição de usuário das
tecnologias da comunicação e da informação, para ser um protagonista nelas.
Os jovens que têm interesse em se
dedicar a essa área, florescente no Brasil e em todo o mundo, precisam conhecer
o que se faz na SP-Cine, a empresa municipal de São Paulo que estimula o setor
e tem uma série de êxitos já contabilizados.
Apenas para que se saiba o que ali
se realiza, no mês de abril houve quase quarenta mil pessoas assistindo, no
Circuito São Paulo Cine, filmes como “Alfazema” e “Black Berlin”, de Sabrina
Fidalgo, “Brasil”, de Rogério Sganzerla e outros. O Projeto “Meu Olhar”
concedeu cento e vinte bolsas de três mil reais para a realização de
curta-metragens.
O momento é propício, pois a Lei
complementar 195/2022 garante apoio financeiro para garantir ações emergenciais
destinadas à cultura, grande prejudicada durante o biênio da pandemia. Tudo
isso advém do superavit do Fundo Nacional de Cultura e recursos que chegam a
quase quatro bilhões de reais serão destinados, majoritariamente, ao setor
audiovisual.
A cidade de São Paulo conta com
quase cinquenta milhões para produções culturais, enquanto que o Estado de São
Paulo dispõe de cerca de trezentos e cinquenta e cinco milhões. Está mais do
que na hora da juventude descobrir que há campos ainda pouco explorados e que
garantirão sobrevivência digna, muito mais prazerosa do que a dos que não têm
imaginação e continuam a procurar carreiras com excesso de profissionais e,
segundo os que acompanham as tecnologias da Inteligência Artificial, condenadas
à extinção.
*José Renato Nalini é
Diretor-Geral da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e
Secretário-Geral da Academia Paulista de Letras.
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