*José Renato Nalini
A iniciativa privada parece
acreditar que o Presidente Joe Biden é, de fato, um ambientalista consciente
dos riscos que a humanidade corre nestas duas primeiras décadas do Século 21.
Empresários, organizações da sociedade civil e povos indígenas enviaram ao
comandante da maior Democracia Ocidental e aos líderes partidários da grande
nação, pedido de que o Congresso aprove a criação de um fundo de nove bilhões
de dólares para a conservação de florestas tropicais em todo o planeta.
O tema já está em debate no
Parlamento americano. Dentre os vinte e três signatários, constam Agropalma, BVRio,
Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, uma entidade que representa
trezentas e vinte e sete empresas, bancos e instituições diversas. Nomes
conhecidos como Bradesco, Bayer, BRF, Cargill, FSC Brasil, Gerdau, Itaú
Unibanco, Klabin, Marfrig, Natura, Nestlé, Santander, Suzano, Unilever, Vale e
WWF Brasil estão nessa missiva.
O financiamento priorizará os povos
da floresta, aqueles que historicamente contribuem para a sua conservação e
cujo modo de vida é diretamente impactado pelo inclemente desmatamento
promovido com incentivo governamental por grileiros, mineradores e outras
espécies delinquenciais que pululam a selva tenebrosa da Amazônia. Tenebrosa
não pela natureza biodiversa, mas pela espécie de pessoas atraídas para uma
terra sem Constituição, sem lei, sem polícia e sem Justiça.
Os americanos têm uma
responsabilidade acrescida na redução das emissões dos gases de efeito estufa.
O nível de vida propiciado à sua população é incompatível com o estágio de
subdesenvolvimento da maior parte do planeta, ainda carente de condições
existenciais mínimas.
Biden anunciou o fundo em novembro
de 2021, durante a COP26 em Glasgow. O deputado democrata Steny Hoyer
apresentou ao Congresso Americano o projeto de lei Amazon21 Act – America
Mitigating and Achieving Zero-emissions Origining from Nature for the 21st
Century Act, iniciativa que cria esse Fundo.
Agora é ver se o Presidente
americano, que se mostrou ambíguo e tímido na reunião há pouco realizada entre
quase todos os países da América, terá cacife para cumprir sua promessa, ou se
tudo não passou de mais um golpe de marketing, com vistas à matriz da pestilência
chamada reeleição.
*José Renato Nalini é
Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Presidente da
ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2021-2022.
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