*José Renato Nalini
A juventude contemporânea não é a
mais feliz considerada a história da humanidade. Ao contrário, há muitos jovens
infelizes. As causas são várias. A tecnologia impõe uma séria competição entre
eles. Precisam performar mais e melhor. Depois, há insegurança no futuro. As
profissões desaparecem. O mercado de trabalho procura pessoas que a escola
anacrônica e superada não produz.
Além disso, existe a mudança
climática. Os fenômenos extremos se intensificam e são mais frequentes. Isso
acarreta uma sensação de impotência que os jovens assimilam rapidamente. Daí o
número de moços com anomalias mentais, que vão desde o estresse, a depressão,
até sintomas de enfermidades mais graves.
Algo que se constata sem a
necessidade de recorrer a pesquisas de Harvard ou Yale, é que o estudo já não é
uma fonte segura de ascensão social. As gerações sabiam que a Universidade
garantiria condições superiores às de seus pais. Agora não. Os jovens ficam
dependentes dos mais idosos e estes muito frustrados porque não previram a situação.
O problema é muito sério e terá
consequências desditosas. Se o jovem está infeliz – veja-se o número de
suicídios em todos os países – e se a tendência é continuar assim por muitos
anos, o impacto na sociedade será avassalador. A geração chamada a liderar
transformações sociais e econômicas chega à maturidade exausta, desmotivada,
estressada, desalentada e emocionalmente fragilizada.
Começar sexualmente cada vez mais
cedo não é saudável. Abandonar a religião também. Conviver menos na família é
desastroso. Não ler, uma catástrofe. Não encontrar encanto na leitura, uma
tragédia.
Remédio existe. Mas é muito raro ver
alguém a consumi-lo: nutrir vínculos reais e genuínos, não virtuais. Reduzir a
exposição às redes sociais. Valorizar o momento presente. Encontrar pequenas
fontes de alegria na singeleza do cotidiano. Já experimentou fazer isso?
*José
Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e
Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.

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