*José
Renato Nalini
Os orientais sabem desde há muito,
que a velhice é uma fonte inesgotável de experiência. Nós, ocidentais,
superficiais e imaturos, não prestigiamos a longevidade. Exaltamos a juventude,
como se ela fosse permanente. O resultado é a fobia pelo envelhecimento.
É bom ficar velho. A alternativa é
muito ruim: é morrer jovem. Para que a velhice não seja um peso, mas uma etapa
agradável e produtiva, é preciso ter em mente alguma reflexão.
Todos nós podemos fazer algo para
envelhecer melhor. O cardiologista Eric Topol escreveu o livro “Superidosos:
uma abordagem baseada em evidências para a longevidade” e nele observa que
ferramentas como testes de idade biológica e previsões de risco de saúde cada
vez mais sofisticadas podem fornecer visão mais clara de como estamos
envelhecendo.
Com isso, pode-se fazer mais do que
antes para retardar o processo de declínio. Inclua em sua rotina: treinar
constantemente. Quem se exercita reduz o risco de câncer, depressão, diabete e
mortalidade geral. Os treinos de força parecem prolongar a vida e diminuir o
risco de mortalidade em 25%. Estabelecer um horário de sono também reduz o
risco de câncer, AVC e outras comorbidades. Fortalecer a saúde mental mediante
mais tempo ao ar livre, vida social ativa, ter amizades fortes, exercer
hobbies. Ler e se exercitar mentalmente.
Manter-se em atividade. Vestir
pijama e ficar à frente da televisão é a isca a atrair tudo o que deve ser
evitado pelos idosos. Também adotar regrinhas práticas para não se sentir
descartado: mostrar-se útil. Antenado com o que acontece no mundo, em sua
cidade, em sua rua, em sua casa.
Envelhece, de verdade, quem deixa de se interessar por sua família, seus contatos, pelo que ocorre no mundo, mas também no município em que mora. Esse, independentemente da idade, pode ser chamado de velho.
*José
Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e
Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.

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