*José Renato Nalini
Várias pautas novas entraram na
COP30. No dia 13 de novembro, dia especial para o debate “Justiça Climática”.
Pela primeira vez os juízes terão um dia inteiro para discutir o que acontecerá
daqui por diante, com a intensa judicialização dos problemas climáticos.
Outra pauta interessante é a questão
da saúde, que entrará nas discussões junto com a transição energética,
bioeconomia, economia circular, financiamento climático, cidades sustentáveis e
empregos verdes.
Os não negacionistas sabem que as
mudanças climáticas implicam em perdas econômicas, principalmente a partir dos
grandes desastres que ocorrem cada vez com frequência maior: enchentes, ondas
de calor, falta de verde. Isso vai repercutir na saúde, pois o calor mata mais
do que o frio.
Inclui-se a saúde no centro das
discussões, porque a crise climática é também uma crise sanitária, com impactos
diretos sobre a vida das pessoas e a capacidade de resposta dos sistemas de
saúde. Por isso é de ser levado a sério o Orçamento Climático da Prefeitura de
São Paulo. Aquilo que se fizer em termos de drenagem, de limpeza de córregos,
de restauração de mata ciliar e de bosques urbanos, será poupado em internações
desnecessárias, causadas pelo excesso de emissões, causador do efeito estufa e
do aquecimento global.
As altas temperaturas têm levado a
inúmeras internações e a mortes que poderiam ser evitadas. Todos os temas
entram nessa agenda climática, portanto: a habitação, a construção civil, que
precisa investir em soluções baseadas na natureza, a mobilidade urbana, a
educação. Se as crianças, desde cedo, souberem que são vítimas preferenciais
dos fenômenos extremos, serão alerta para suas famílias. Despertarão a
consciência de uma geração que não levou a sério as advertências dos cientistas
e agora está respondendo com a própria vida e a saúde comprometida, o fato de
não ter sabido mitigar as consequências do clima ressentido.
É preciso estreitar o relacionamento
efetivo e a colaboração crescente entre Academia, Medicina, Empresariado e
Governos, para que ações integradas levem à eficiência energética em hospitais.
Economia circular para resíduos hospitalares. Transporte de baixo carbono e
planos de adaptação a eventos climáticos extremos.
Ou a economia será sustentável, ou perecerá. No momento em que a geopolítica global parece regredir, é o momento da sociedade civil, junto com os governos municipais, reagir a esse criminoso negacionismo e atuar no sentido de salvar vidas preciosas. É para isso que toda a sociedade civil consciente e responsável está sendo chamada.
*José
Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e
Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.

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