Quando as palavras perdem o sentido ou parecem inúteis!

 Dr. Flávio Rodrigo Masson Carvalho – PhD Psicopedagogo - ABPp Nº de Inscrição: 13397 equilibriumtc@hotmail.com –  drflaviomasson@gmail.com



Silêncio é a ausência total ou relativa de sons audíveis. Por analogia, o termo também se refere a qualquer ausência de comunicação, ainda que por meios diferentes da fala.

Na análise do discurso, breves ausências de fala marcam as fronteiras das unidades prosódicas utilizadas pelos falantes. O silêncio na fala pode ser resultado de hesitação, gagueira, autocorreção ou de uma deliberada diminuição no ritmo ou velocidade com o propósito de clarificar ou processar as ideias.

De acordo com as normas culturais, o silêncio pode ser interpretado como positivo ou negativo. Por exemplo, numa organização cristã, além que diversas Ordens Religiosas Católicas, aos Monges fazerem o Rito de Profissão Solene ele deve fazer o voto de silêncio, que é redimir toda sua vida num sagrado silêncio durante trabalho e oração.

E como disse o Grande Confúcio: “O silêncio é um amigo que nunca trai”.

Fazer silêncio, se calar, fechar a boca, apenas escutar, é muito difícil, mas possível, e muitas vezes necessário.

Agora, apaziguar a alma, silenciar nosso íntimo, se harmonizar espiritualmente, calar os sentimentos, conter os impulsos, dominar os desejos, é quase impossível, mas aqueles que conseguem, alcançam a verdadeira felicidade.

Fazer silenciar a alma nos assusta demais, pois nos arremete a solidão, ao vazio, ao nada, e temos medo demais da solidão, necessitamos demais do outro, não somente da presença do outro, mas da opinião, do olhar, dos sentimentos, do barulho do outro.

Quando fechamos a boca, nossa mente grita, nossa alma sente, e treme, se desespera. A paz nos assusta, por isso estamos sempre em guerra, com os outros, e principalmente com nós mesmos. É por isso que somos nossos maiores inimigos.

Nossos olhos são a entrada da alma, e nossos olhos gritam freneticamente num descompasso alucinante, como diz a música: nos chamando para a luta aflita.

Nossa alma grita, esperneia por serenidade, faz um imenso barulho para nos pedir silêncio!

Nosso coração é o ouvido da alma! E por ele não ouvimos, sentimos. O coração que pulsa para nos dar a vida, é o mesmo que precisa desacelerar para promover o silêncio da alma, ou seja, o coração precisa entrar num compasso lento, quase parando, para promover a quietude da alma. E somente se assim fizer, nossa alma se conectará com o espírito e poderemos transcender.

Precisamos parar de tomar atitudes para buscar a felicidade a todo custo, precisamos praticar a inércia, precisamos aprender a respirar, a compassar nossos corações num ritmo quase imperceptível, tão lento que somente a alma sentirá este pulsar. Desacelerar o corpo, esfriar a máquina, para que a alma domine nosso ser.

Silenciar a alma, é o único, o verdadeiro caminho para a felicidade plena.

Ser feliz não é ter, não é possuir, ser feliz é dar, dividir, principalmente aquilo que não se tem. Ser feliz é se agradar com o nada, com o vazio. Ser feliz é silenciar a alma!

Comece fechando a boca. Fale menos, escute mais. Aprenda a ouvir, aprenda a se ouvir. Você poderá ouvir sons no silêncio. Quanto mais se calar, mais irá ouvir.

Aprenda a falar com sua alma, através do coração, alimentando o com bons sentimentos, e com muito amor. Somente assim conseguirá ser verdadeiramente feliz.

“Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela”, Albert Einstein.

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