Os dois significados do Espírito Santo criado

José Reis Chaves



 Já fiz aqui em O TEMPO várias matérias falando sobre o Espírito Santo da Santíssima Trindade, mas sempre recebo perguntas sobre ele e então eu volto ao assunto!

Os teólogos trinitaristas ensinavam que Deus é um só, as pessoas é que são três e divinas, lembrando que Jesus Cristo ganhou também o título de Deus no polêmico Concílio Ecumênico de Niceia em 325. Mas o Espírito Santo criado por eles nunca foi declarado Deus, então como a sua Terceira Pessoa poderia ser também Divina? Ademais, Deus não podia se transformar em pessoa, pois isso seria uma humilhação para Ele, tal como um homem se tornar um cão. Além disso, Deus é imutável!

 Mas os teólogos criadores da Santíssima Trindade e do Espírito Santo passaram a divulgar o Espírito Santo à saciedade tanto que ele ficou mais falado como se fosse mais importante do que Jesus e até mais do que o próprio Deus Pai. Muitas orações, inclusive, das missas, terminavam e terminam até hoje, assim: ‘em nome do Espírito Santo’!  E os teólogos sabiam muito bem que os “daimones” em grego ou demônios em português eram os espíritos ou as almas dos mortos que se comunicam com os vivos através dos pneumatos (hoje médiuns). E então os teólogos passaram a ensinar que os “daimones” maus se comunicavam com os leigos, mas com eles do clero, principalmente, o papa e os bispos em Concílios Ecumênicos, comunicavam-se os “daimones” bons e que, também, os inspiravam e inspiram. E, com o tempo, esses Espíritos bons passaram a ser entendidos como sendo um só, isto é, o Espírito Santo.

Repetimos Deus é um só. As Três Pessoas da Santíssima Trindade é que são três e são divinas, ensinavam e ensinam os teólogos. Porém, temos aí umas dúvidas. Certamente, os teólogos pensaram que se Deus Pai é Deus, sua Pessoa, a Primeira, torna-se também divina.  A Segunda Pessoa de Jesus Cristo seria, igualmente divina, pois, Ele foi declarado como sendo outro Deus no Concílio Ecumênico de Nicéia em 325. Mas como fica a Terceira Pessoa do Espírito Santo que não foi declarado também Deus?

Jesus Cristo é um só com Deus Pai, mas só em sintonia, com cada um conservando sua própria identidade, como acontece com os médiuns que têm que ser também um só em sintonia com os Espíritos comunicantes, mantendo ambas as partes, igualmente, a mesma sintonia ou a mesma vibração, mas com cada um com sua própria identidade.

Por último, esclareço que para a Doutrina Espírita, o Espírito Santo é como se fosse um substantivo coletivo, uma vez que é o conjunto de todos os espíritos ou “daimones” bons e maus que se manifestam através dos médiuns. 

José Reis Chaves é professor aposentado de português e literatura, formado na PUC Minas, ex-seminarista Redentorista, jornalista, escritor, entre seus livros: "A Reencarnação na Bíblia e na Ciência" e "A Face Oculta das Religiões", Ed. EBM-Megalivros, SP, ambos lançados também em Inglês nos Estados Unidos e tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, Ed. Chico Xavier.  contato@editorachicoxavier.com.br Cássia e Cléia. Programa “Presença Espírita na Bíblia, na TV Mundo Maior” e coluna no jornal O Tempo de Belo Horizonte. Vídeos de palestras e entrevistas em TVs no Youtube e Facebook. Email:  jreischaves@gmail.com).

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