Histórico: Brasileira conquista recorde por uso pioneiro da Lei de Benford em auditoria de obras públicas


Método estatístico criado pela auditora federal e pesquisadora do CPAH, Flávia Ceccato, ajuda a detectar anomalias e irregularidades em grandes orçamentos público

Uma inovação científica brasileira acaba de ser reconhecida nacionalmente. A auditora federal Flávia Ceccato Rodrigues da Cunha, pesquisadora do Centro de Pesquisa e Análises Heráclito (CPAH), entrou oficialmente para o RankBrasil por ser a primeira a aplicar a Lei de Benford, um princípio matemático usado para detectar fraudes, em auditorias de obras públicas no país

A metodologia, desenvolvida há mais de uma década e hoje utilizada por diferentes órgãos de controle, permite identificar inconsistências em grandes planilhas orçamentárias, ajudando a prevenir sobrepreço e má gestão de recursos públicos.

Da teoria à prática: A matemática a serviço do controle público

A jornada começou em 2013, quando Flávia defendeu sua dissertação de mestrado na Universidade de Brasília (UnB), orientada pelo professor Maurício Bugarin.


Na pesquisa, ela aplicou a Lei de Benford, usada originalmente em análises financeiras e contábeis, a planilhas de obras públicas relacionadas à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016.

O método parte da ideia de que em conjuntos de dados reais, certos dígitos aparecem com frequência previsível. Quando essa distribuição foge do padrão, há indícios de possíveis distorções nos valores.

“A aplicação da Lei de Benford funciona como uma peneira estatística: ela destaca os pontos fora da curva e orienta o auditor a investigar onde podem estar os riscos de manipulação ou superfaturamento”, explica Flávia

Reconhecimento e consolidação do método

Em 2015, Flávia recebeu menção honrosa no Prêmio SOF de Monografias, promovido pela Secretaria de Orçamento Federal e pela Enap. No ano seguinte, foi vencedora do Prêmio Reconhe-Ser do Tribunal de Contas da União (TCU), na categoria Ideia Inovadora.

Ela também publicou artigos em periódicos nacionais e internacionais, participou de congressos e desenvolveu, em 2015, um algoritmo, desenvolvido em coautoria com o prof. Maurício Bugarin,   capaz de automatizar os testes da Lei de Benford, ampliando a aplicabilidade do método.

O reconhecimento levou à publicação do livro “Seleção de Amostra de Auditoria de Obras Públicas pela Lei de Benford” (ISBN 978-85-93840-00-5), em parceria com o prof. Maurício Bugarin e com Adriana Portugal, atual presidente do Instituto Brasileiro de Obras Públicas (Ibraop). A obra se tornou uma referência técnica para auditores e órgãos fiscalizadores de todo o país.

Inovação contínua

Com mais de uma década de estudos dedicados à metodologia, Flávia segue aprimorando o processo. Recentemente, transformou seu algoritmo inicial, antes operado em Excel, em uma ferramenta digital baseada em JavaScript e inteligência artificial, capaz de gerar relatórios automáticos e destacar inconsistências em segundos.

Em 2025, a pesquisadora também foi reconhecida com o Prêmio Golden Fellow pelo seu livro “Descobrindo a Inteligência Existencial: Ferramentas, Insights e Implicações”, consolidando sua trajetória como uma das vozes mais influentes na interseção entre ciência de dados e controle público.

“Esse reconhecimento no RankBrasil é simbólico, porque mostra que inovação científica e gestão pública podem caminhar juntas. É a prova de que pesquisa, persistência e tecnologia podem gerar impacto direto na vida do cidadão, promovendo mais transparência e eficiência na administração dos recursos”, afirma.


Flávia Ceccato Rodrigues da Cunha é uma profissional de perfil acadêmico diversificado e auditora no Tribunal de Contas da União (TCU), com vasta experiência em supervisão financeira pública. Formada em Física pela Universidade Cruzeiro do Sul (2024), complementou sua formação com uma Pós-graduação Lato Sensu em Ensino de Astronomia (2023) e uma Especialização em Intervenção ABA para Autismo e Deficiência Intelectual pelo Centro Universitário Celso Lisboa (2025). Sua trajetória acadêmica também inclui um Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e um Mestrado em Regulação e Gestão de Negócios pela Universidade de Brasília (UnB).


Como escritora, Flávia destaca-se pela aplicação da Lei de Benford em auditorias de obras públicas, sendo autora de artigos e do livro Seleção de Amostra de Auditoria de Obras Públicas pela Lei de Benford, que oferece uma abordagem prática e didática para fiscalizadores e pesquisadores. Seu trabalho analisou casos como a reforma do Aeroporto Internacional de Minas Gerais e as construções das Arenas da Amazônia e do Maracanã, focando na identificação de sobrepreços. Além disso, prepara o lançamento de Existential Intelligence: Tools, Insights and Implications para maio de 2025, expandindo seus interesses para além da auditoria, explorando a inteligência existencial e suas aplicações

Flávia também atuou como analista de finanças e controle na Controladoria-Geral da União e como analista tributária na Receita Federal do Brasil. Membro de sociedades de alto QI e filosóficas, como Mensa Brasil, Intertel, International Society for Philosophical Enquiry (ISPE), VeNus High IQ Society e Infinity International Society, ela é uma palestrante frequente em eventos internacionais, unindo expertise em regulação, cognição e pesquisa interdisciplinar. Atualmente, é pesquisadora no CPAH - Centro de Pesquisa e Análises Heráclito e diagnosticada com superdotação profunda.

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