*José Renato Nalini
O custo Brasil é cada vez maior. A
carga tributária só aumenta. O número dos assistidos pelo Poder Público parece
infinito. Falta mão de obra básica: pedreiros, serventes, eletricistas,
encanadores, carpinteiros, marceneiros, pintores. Mas as empresas não encontram
qualificados.
Será que o número de desempregados é
real? Ou é baseado apenas naqueles que ainda estão em busca de trabalho? Tem-se
a quantidade dos que preferem “fazer bicos” enquanto continuam a receber
benefícios do Estado, sem qualquer contraprestação?
O número dos equipamentos públicos
infla a cada instante. Nem por isso se pode falar no melhor serviço público do
mundo. Ainda há muita queixa por parte da população quanto ao atendimento,
prazos, acolhida pelo servidor que é empregado do povo, mas nem sempre se
considera assim.
Os concursos públicos criaram a
categoria dos “concurseiros”, que conhecem o Brasil se submetendo a provas que
nada têm a ver com a função que virão a exercer, se lograrem aprovação. E vão
lograr, porque para isso existem os “cursinhos”, que se valem da entediante e
insossa previsibilidade dos concursos. São provas de memorização. Com treino e
vontade, qualquer pessoa consegue decorar as informações que serão solicitadas
aos candidatos.
Falta uma estratégia nacional para
recrutar bem os funcionários. Os requisitos das provas seletivas pouco têm a
ver com as atribuições do cargo. Depois, não existe mérito nas carreiras.
Ingressa-se no serviço público e tem-se a garantia de nunca mais sair de lá.
Produza-se ou não.
A experiência mostra que nada é tão
difícil como livrar a administração pública de um servidor que não produz, que não
se enquadra na função, que não colabora, que mais falta do que trabalha, que
abusa dos atestados médicos, que não sabe o que é coesão, participação,
solidariedade para com os colegas e responsabilidade de quem é pago pelo
sofrido e maltratado povo brasileiro.
Há muito a ser feito pelo Estado
brasileiro. Mas o Congresso prefere discutir Fundo Eleitoral, emendas
impositivas, acesso a benesses do Executivo, hoje refém de um Parlamento que,
em termos éticos, sequer merece qualificação. Algum exagero? Aceito argumentos
em contrário. Gostaria de ser convencido de que Montesquieu tinha razão quando
chamava o Legislativo de “caixa de ressonância das aspirações populares”.
*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.

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