Diogo Viana de Souza,
membro do Conselho Diocesano de Leigos
(CDL) da Diocese de Jales
A
Solenidade de Cristo Rei do Universo encerra o Ano Litúrgico com uma proclamação
poderosa: Jesus Cristo é o Senhor da história, o centro do cosmos e o sentido
último da vida humana. Não se trata de um reinado de domínio, mas de serviço;
não de imposição, mas de amor; não de tronos dourados, mas da cruz que liberta.
Celebrar Cristo Rei é recordar que o verdadeiro poder é o que se inclina para
lavar os pés, que a verdadeira autoridade é a que restaura e reconcilia que a
verdadeira grandeza é a doação total de si.
Neste
mesmo dia, a Igreja no Brasil celebra o Dia Nacional dos Cristãos Leigos e
Leigas, reconhecendo a vocação e a missão de homens e mulheres que, inseridos
no mundo, são chamados a testemunhar este Reino. Se Cristo é Rei, seus
discípulos e discípulas são enviados como embaixadores do Reino, sob missão,
vivendo a fé no cotidiano: na família, no trabalho, na política, na cultura, na
educação, na economia e em todas as realidades humanas.
O
leigo e a leiga não são meros auxiliares da estrutura eclesial, mas
protagonistas da missão que Cristo confiou à sua Igreja. Pelo Batismo,
participam do sacerdócio comum, oferecendo sua vida como culto agradável a
Deus. Pelo testemunho, tornam presente o Evangelho em ambientes onde muitas
vezes o anúncio da palavra não chega. E pela caridade, e testemunho, tornam
visível a realeza de Cristo, que reina não através da força, mas através da
justiça e da misericórdia.
Sob
a missão do Rei, os leigos e leigas são chamados a ser:
-
Sal da terra, dando sabor evangélico às relações humanas;
-
Luz do mundo, iluminando decisões, posturas e ambientes com o discernimento da
fé;
-
Fermento na massa, transformando estruturas sociais com pequenos gestos que
geram grandes mudanças.
É
importante lembrar que foi no concilio de Nicéia em 325, que foi definida a
divindade de Cristo contra as heresias de Ario: “Cristo é Deus, Luz da luz,
Deus verdadeiro do Deus verdadeiro”.
Uma
observação a ser feita é que Pilatos pediu que escrevessem na cruz “Jesus
Nazareno, Rei dos Judeus” (INRI = Iēsus Nazarēnus, Rēx Iūdaeōrum), para
identificar o motivo da condenação de Jesus e como uma forma de zombaria, mas
mal sabia ele, que essa alcunha, era o real e vitalício título Daquele que é
sim o verdadeiro Rei e o Pantocrator do universo.
A
Solenidade de Cristo Rei do Universo nos recorda que o Reino já está entre nós,
mas ainda não está plenamente realizado. Cabe aos cristãos leigos e leigas
testemunhá-lo dia após dia, com coragem, responsabilidade e esperança.
O
Rei caminha à frente, e seu povo O segue com a missão de fazer da terra um
lugar cada vez mais parecido com o céu.
Santa Fé do Sul-SP, 23 de novembro de 2025

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