Arcebispo de Curitiba proíbe vigília por políticos dentro de Igreja e apoiadores de Bolsonaro rezam do lado de fora
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| Igreja Matriz de São Francisco de Paula. | Crédito: Paróquia São Francisco de Paula. |
27 de nov de 2025
Uma vigília em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro foi convocada para acontecer dentro da igreja matriz da paróquia São Francisco de Paula, em Curitiba (PR), na terça-feira (25). O arcebispo da cidade, dom Antônio Peruzzo, proibiu o ato, o padre responsável fechou os portões e os apoiadores rezaram do lado de fora do templo.
A assessoria de imprensa da arquidiocese disse à ACI Digital que o arcebispo “orientou o clero na segunda-feira à noite para que não haja nenhum ato político dentro dos espaços sagrados da Igreja, orientação essa já realizada no passado, quando o [então] ex-presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] esteve preso em Curitiba”.
“Sob o ponto de vista religioso é muito frequente invocar o nome de Deus para fortalecer inimizades”, acrescentou. “Isso não procede do Evangelho”.
A pré-candidata ao Senado Federal Cristina Graeml (União) divulgou a vigília em suas redes sociais. “Vamos entrar na corrente nacional que começou em Brasília e segue se alastrando no Brasil por Saúde, Liberdade e Justiça para o presidente Bolsonaro e todos os milhares de presos e exilados políticos do Brasil, e por suas famílias, pelo congresso nacional, por Anistia Já e pelo restabelecimento do Estado de Direito no Brasil”, disse ela numa publicação na terça-feira. “Vamos nos encontrar na Igreja e rezar juntos para que o Brasil volte a vibrar em frequência elevada, de fé e de crença de que Deus é por nós e pelos homens de bem”.
Com o fechamento da igreja, as pessoas presentes rezaram do lado de fora. “Foi lindo ver tantos curitibanos reunidos em fé, coragem e esperança — orando pelo país e mostrando que o Paraná não se cala diante das injustiças”, disse Cristina numa publicação ontem (26).
Jair Bolsonaro está preso desde a manhã de sábado (22). Ele foi preso em sua casa, onde cumpria prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, e foi conduzido à sede da Polícia Federal, em Brasília (DF), por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O STF disse que a prisão foi motivada por indícios de risco elevado de fuga, entre eles: a violação da tornozeleira eletrônica e a convocação de uma vigília de oração pelo filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em frente à casa do pai.
Bolsonaro está condenado a 27 anos e três meses de prisão por organização criminosa armada, golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Na terça-feira, o STF declarou trânsito em julgado da ação contra Bolsonaro, ou seja, não há mais possibilidade de recurso.


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