Em defesa da produção interna, deputada do PL quer impedir que Brasil compre bananas do exterior




Rosana Valle questionou Ministério da Agricultura sobre medida, que pode prejudicar produtores das regiões paulistas de Cajati e do Vale do Ribeira


A deputada federal Rosana Valle (PL-SP) é contra a abertura do comércio brasileiro à compra de bananas equatorianas. A medida, autorizada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atende decisão judicial que revoga restrições sanitárias para a entrada da fruta no Brasil. A importação se dará, a princípio, com bananas desidratadas, enquanto se conclui a análise de risco para a do tipo in natura. A congressista defende a produção nacional e afirma que regiões tradicionais no cultivo da fruta, como Cajati e Vale do Ribeira, no estado de São Paulo, poderão ser duramente afetadas.

A preocupação da parlamentar consta no requerimento 2.480/2025, endereçado ao ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. No documento, a liberal lista diversos argumentos, na tentativa de barrar o avanço das negociações e a abertura do mercado brasileiro aos equatorianos.

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a banana é a fruta fresca mais consumida no mundo. O Brasil é o maior consumidor global e o 4º maior produtor. São 6,6 milhões de toneladas produzidas em 455 mil hectares — metade originária da agricultura familiar. O faturamento gira em torno de R$ 13,8 bilhões por ano.

Para Rosana, a União teria de privilegiar o mercado interno. Isso porque, a produção brasileira, hoje, é suficiente para atender a demanda nacional, tanto que o excedente é exportado para países da Europa e da América Latina.

A deputada federal lembra, ainda, que, o cultivo de banana é responsável pelo sustento de milhares de trabalhadores e que, portanto, esses empregos precisam ser preservados. A congressista também alerta para outras consequências econômicas caso o Brasil adquira a fruta de outra nação:

“O impacto seria devastador para a agricultura familiar, incluindo as regiões do Vale do Ribeira e de Cajati. A banana equatoriana chega ao mercado com custo muito inferior ao da produção brasileira, resultado de diferenças salariais, condições ambientais e subsídios locais. Tal concorrência é desleal e coloca em risco a sobrevivência de pequenos, de médios e de grandes produtores do Brasil”, observa Rosana, que está em seu segundo mandato no Congresso Nacional.

Fungo Fusarium e Praga Moko
Outro agravante reside em questões sanitárias. A abertura de mercado para a compra da banana de outras nações, autorizada por Lula em agosto, atende decisão judicial que revoga restrições sanitárias para a entrada da fruta no Brasil.

Segundo explica Rosana, na produção de banana equatoriana, há registros da praga Moko, inexistente em solo brasileiro, além da presença do fungo Fusarium Tropical Raça 4, capaz de destruir plantações inteiras. Este cenário fez com que a produção equatoriana fosse, inclusive, barrada no México e nos Estados Unidos.


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