A polêmica doutrina do pecado original

 


José Reis Chaves

A doutrina do Pecado Original que virou dogma é uma das que mais dividem os teólogos cristãos. E foi com Santo Agostinho que ela ganhou mais impulso lá pelo final do Século IV e início do Século V da nossa Era Cristã. Isentos dele são somente Jesus e sua Mãe  Nossa Senhora.

Vamos abordar o assunto com clareza, mas sem a intenção de ofender nenhum dos adeptos de qualquer igreja cristã que creem nessa doutrina do Pecado Original como sendo verdadeira. No passado longínquo, tendo em vista o atraso cultural das pessoas, essa crença tinha razão de ser. Mas em nossos dias, com a evolução que houve de um modo geral, e de modo especial no entendimento correto da Bíblia, não fica bem, principalmente, para o clero católico tão culto divulgar como sendo verdadeira essa doutrina que a Igreja teve que transformar em dogma, para que ela não soçobrasse, pois que é antirracional e contra partes da própria Bíblia! O que ocorre é a verdade do carma. “Ninguém deixará de pagar tudo até o último ceitil.” (Mateus 5: 26). E, frequentemente, o indivíduo não paga certos pecados na mesma vida ou reencarnação em que os cometeu, então, como o espírito ou a alma dele é imortal, ele paga o pecado cometido numa vida anterior numa futura reencarnação. E esse pagamento é o que se chama pagamento do seu carma. Jesus nunca condenou a reencarnação e o carma que eram bem conhecidos dos judeus. Aliás, Jesus era judeu.

 Um pai não pode ser morto pelo pecado do filho e nem o filho  pode ser morto pelo pecado do pai. (Ezequiel 18: 20) Como, então, termos culpa e a consequente pena do longínquo pecado de Adão e Eva? É comum o espírito do pai (o pecador) reencarnar num familiar, mas só já da terceira e quarta geração em diante, ou seja, dos netos e bisnetos, quando o pai (o pecador) avô ou bisavô, geralmente, já desencarnou, e o espírito livre pode, pois, reencarnar de novo e, então, poder assim pagar seu pecado cometido quando foi o pai pecador.  Isso tem mais sentido quando se sabe que, antigamente, de um modo geral, as pessoas viviam muito menos. E como, pois, as pessoas terem de pagar o pecado dos nossos pais Adão e Eva tão distantes de nós? Além disso, muitos teólogos de hoje admitem que a história de Adão e Eva não pode ser interpretada, literalmente, como um fato real, pois, se trataria de uma metáfora. Os judeus, os islâmicos e os espíritas não creem no Pecado Original. E há muitos cristãos que, anonimamente discordam também do Pecado Original, embora fiquem em silêncio sobre suas dificuldades para crerem nele. Aliás, isso ocorre, também, com outras doutrinas..

PS: Com este colunista, José Reis Chaves, professor de português e literatura aposentado, “O Espiritismo na Bíblia” na TV Mundo Maior e palestras e entrevistas em TVs (Youtube e Facebook). Seus livros estão, também, na Amazon, inclusive, os em Inglês, e a tradução daBíblia   (NovoTestamento.)   contato@editorachicoxavier.com.br           Cássia e Cléia.

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