*José
Renato Nalini
Não
é força de expressão. Estamos acelerando o nosso destino rumo ao fim. O
aquecimento do planeta é uma realidade constatada pela ciência e se 2024 foi um
dos anos mais quentes da História, nada indica mudança de rota em 2025.
Já
ultrapassamos o 1,5ºC médio de aquecimento da Terra e descumprimos o Acordo de
Paris. Como se nada fosse um distrato explícito daquilo que se considerou de
relevância extrema em 2015.
O
Brasil sente isso com as inundações do Rio Grande do Sul em 2023 e em 2024, os
deslizamentos em São Sebastião, os incêndios em todos os biomas, inclusive no
Estado de São Paulo. A Amazônia registrou a maior seca dos últimos anos e até o
Pantanal, a região mais úmida do planeta, ficou sem água. Para quem não se
lembra, a capital recebeu 125 mm de chuva em duas horas no dia 24 de janeiro de
2025, véspera de seu aniversário. Isso mostra o quão urgente é a adaptação das
cidades para o enfrentamento das respostas da natureza aos maus tratos
recebidos.
Todas
as cidades precisam saber gerenciar as crises e reforçar sua defesa civil,
chamando voluntários e brigadistas, pois é assim que funciona em países mais
adiantados. A conscientização de toda a população, a capacitação de
profissionais em adaptação climática, a disseminação do conhecimento sobre as
urgências derivadas da traumática mudança do clima, tudo isso é para ontem.
Quem
não souber o que fazer, pode começar por examinar a Lei 14.904, de 27.6.2024,
que dispõe sobre diretrizes para a elaboração de planos de adaptação à mudança
do clima.
Mas
existem receitas já comprovadas em outros países: aumentar a arborização.
Formar florestas urbanas e bosques em todos os espaços disponíveis. Formar a
consciência cidadã para que se consuma com moderação, se desperdice menos e se
produza o mínimo de resíduos sólidos.
São
as soluções baseadas na natureza, que é sábia e mestra. E que nós
desrespeitamos continuamente, sacrificando-a e cavando a nossa própria
sepultura. Não foi para isso que nascemos. Criemos juízo e nos convertamos. Ser
ecologista, ser ambientalista, ser cidadão verde hoje em dia é necessidade. Sem
isso, o que será de nós?
*José Renato Nalini é
Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e
Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
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