Paiva Netto
Fazer prece (que se assemelha a meditar) constitui um entrelaçamento
entre a Terra e o Céu, uma interação de Paz, de Fraternidade, de Solidariedade,
de sentimento de compaixão uns pelos outros na hora da dor e da alegria, a
despeito de crença ou descrença. Não se ora apenas quando nos ajoelhamos de
corpo ou Espírito diante do Poder Superior. Sobretudo, quando nos amamos uns
aos outros tanto quanto Jesus nos
tem amado, quanto Moisés amou, quanto o Profeta Muhammad amou, quanto
Buda amou, quanto Lao-tsé amou,
quanto Confúcio amou, quanto Zaratustra amou; e conforme incontáveis
missionários de Deus trouxeram à Terra uma mensagem de Paz, de Misericórdia, de
Conhecimento, de Fraternidade. E o mundo precisa tanto disso para sobreviver!
Eis por que é necessário que haja forte atenção à disciplina além do intelecto (só o intelecto
humano não basta), conforme propõem a Pedagogia do Afeto e a Pedagogia do
Cidadão Ecumênico. Elas são isso. Representam o encontro com Deus, o Criador
Supremo, por meio de Suas criaturas, Cidadãs do Espírito. Do contrário, nada adianta,
pois nos poderemos acabar estorricando uns aos outros e a reproduzir a profecia
de Pedro Apóstolo, na sua Segunda Epístola, capítulo terceiro. No
entanto, a humanidade é teimosa e sempre sobrevive aos seus mais enlouquecidos
tempos e comandantes. Quanto ao fato de ter eu afirmado que fazer prece assemelha-se a meditar, significa dizer que nem os Irmãos ateus estão excluídos desse
benefício.
Ideologia e Caridade
Amor, Harmonia,
Solidariedade, espírito de Justiça aliado à Bondade, jamais à vingança;
Liberdade com respeito aos demais entes humanos; Verdade sem fanatismo social,
político, filosófico, religioso ou científico; auxílio aos que sofrem, no corpo
ou na Alma; Política e Economia, acompanhadas pelas virtudes da Correção e da
Generosidade; Instrução, Educação, Reeducação, consoante a Fraternidade
Ecumênica; portanto, tudo aquilo que na Paz ou na guerra torna forte a
criatura, na Terra e no Mundo Invisível, que não é uma abstração, forma o conclusivo conceito de ideologia
para o Cidadão do Espírito: Caridade, ou seja, o ar moral que, como
seres realmente civilizados, devemos respirar.
Faz-se mister
recordar o que fraternalmente nos ordenou Jesus:
— Ide e pregai, dizendo: É chegado o Reino dos Céus.
Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os
demônios, dai de graça o que de graça recebeis. Vesti os nus, alimentai os
famintos, amparai as viúvas e os órfãos. Eu sou o Caminho, e a Verdade, e a
Vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim. Conhecereis a Verdade [de Deus], e a Verdade [de Deus] vos libertará (Evangelho, segundo
Mateus, 10:7 e 8; Epístola de Tiago, 1:27; e Boa Nova, conforme João, 14:6 e
8:32).
Caridade e estratégia
A Caridade não é um sentimento de tolos. É a misericordiosa estratégia de Deus que, aliada à Justiça Divina (que não é a violência
que homens inescrupulosos têm como tal), estabelece nos corações a condição
perfeita para que se governe, administre, empresarie, trabalhe, pregue, exerça
a Ciência, elabore a Filosofia e se viva, com
espírito de generosidade, a Religião.
Caridade e Justiça
A Caridade é a
Ideologia Divina do espírito de Justiça.
Suprassumo da Caridade
Disse Jesus: “Novo Mandamento vos dou: amai-vos como Eu
vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos (...).
Não há maior Amor do que doar a própria vida pelos seus amigos. (...)
Porquanto, da mesma forma como o Pai me ama, Eu também vos amo. Permanecei no
meu Amor” (João, 13:34 e 35 e 15:13 e 9).
Eis que nos
encontramos diante do suprassumo da
Caridade, como já lhes declarei, síntese do verdadeiro sentido de ideologia
que os mais puros idealistas, de todas as origens, sempre buscaram e buscam. Ora,
sem o Amor Fraterno (que é sinônimo de
Caridade), sem a Verdade e sem a Justiça nunca haverá Paz duradoura. Alziro
Zarur (1914-1979), em momentos de
profunda inspiração, com toda a força de sua Alma, assim definiu o Mandamento
Novo de Jesus:
1o
— O Novo Mandamento de Jesus é a
Essência de Deus;
2o
— O Novo Mandamento de Jesus é a
salvação da humanidade;
3o
— O Novo Mandamento de Jesus — “Amai-vos como Eu vos amei” — é a Chave da Vida e a Chave da Morte.
Profundas definições
do grande proclamador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo. Aí
está, pois, em resumo a ação da Política Divina, que pregamos para o erguimento
“de um Brasil melhor e de uma humanidade
mais feliz”.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
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