Metade das empresas pretendem fazer maiores investimentos em benefícios para saúde mental e orientação de carreira


No lado contrário, a redução em valores para subsídios educacionais e home-office também devem ocorrer nos próximos meses dentro das companhias

 No último dia primeiro de maio, entrou em vigor o decreto n.º 10.854 de novembro de 2021, que alterou pontos importantes sobre as regras do PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador) e benefícios corporativos. Com isso, o tema ficou ainda mais em evidência, trazendo um foco maior das equipes de RH no cuidado com a saúde de seus colaboradores. Para entender ainda mais esse cenário, a Flash, plataforma para gestão de rotinas corporativas, - em parceria com a Think Work, consultoria especializada em RH - realizou um estudo inédito sobre o assunto, cujo escopo contou com a participação de 140 empresas que, juntas, totalizam mais de 400 mil colaboradores.

O estudo identificou que as companhias pretendem realizar maiores investimentos em benefícios relacionados à saúde mental (53%), orientação e crescimento de carreira (51%) e premiações por desempenho (45%), assim como educação financeira (45%). A pesquisa também questionou sobre quais benefícios as empresas estão satisfeitas e irão manter os atuais investimentos: entre os líderes, estão alimentação e refeição (66%), seguido de mobilidade (60%) e flexibilidade de horário (53%).

Um número baixo de respondentes indicou que podem reduzir o investimento em algumas categorias, entre elas subsídios educacionais (8%) e home-office (6%). As companhias também indicaram alguns benefícios que não pretendem investir, como benefícios para os pais dos funcionários (64%), parentalidade (40%) e, por fim, benefícios para cônjuges (37%) e cultura (34%). 

Para Alana Azevedo, CHRO da Flash, o investimento em benefícios corporativos se mostra cada vez mais estratégico para as companhias e que a seleção de categorias em que serão alocados os valores passa por uma análise sobre o impacto na relação entre empresa e colaborador. “A mudança na legislação traz preocupações reais com relação a pluralidade das empresas, seja sobre os seus times, que contemplam temas como a posição da mulher no mercado, com os PCDs e de outras minorias no mercado, assim como modelo de atuação, que saiu do físico, passou para o remoto e, agora, cresce o híbrido, por exemplo. E, os benefícios flexíveis tornam possível atender essa diversidade dentro de suas necessidades”, detalha. 

 

Quatro entre dez empresas não usam dados para mensurar satisfação sobre pacote de benefícios

O estudo identificou que 43% dos respondentes afirmam não mensurar formalmente a satisfação dos funcionários com o pacote de benefícios. Entre os que fazem esse acompanhamento, a grande maioria já utilizou os resultados para contratar novos benefícios (89%) e cerca de metade já cancelou incentivos (49%). Os demais dados associados ao tema também não são monitorados com frequência. Por exemplo: apenas 27% das empresas medem o uso de todos os benefícios. Esse indicador é usado mais para a inclusão de novos benefícios no pacote (72%) do que para cancelar aqueles que são usados com menor frequência. 

O uso de dados, segundo a CHRO da Flash, deveria ser ainda mais frequente nas rotinas dos RHs, pois potencializa ações eficientes e se conecta com as realidades dos colaboradores. “Os colaboradores precisam ter voz nas decisões das empresas e só existe um caminho para ouvi-los: perguntando. Os custos com saúde e carreira são grandes linhas de investimento da empresa, então coletar o máximo de dados para verificar o alinhamento do investimento dentro das estratégias da empresa é essencial para um RH estratégico. Para isso é necessário ter KPIs conectados, não apenas justificar o investimento, mas para ter uma visão estratégica da sua atuação como RH nos resultados da empresa”, finaliza. 



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