Dia Mundial sem Tabaco: cigarro eletrônico também causa mal para fumante passivo?


Hospital Pequeno Príncipe chama atenção para malefícios do tabagismo, em especial do público infantil

 

 

 Mais práticos, com um formato mais moderno e oferecendo uma infinidade de sabores e aromas que evita o incômodo do cigarro tradicional, especialmente em relação ao odor, os vapers, ou vaporizadores, passaram a ser socialmente aceitáveis em diferentes ambientes e têm ganhado cada vez mais espaço entre os jovens. Apesar da percepção de serem menos prejudiciais à saúde, os vaporizadores são usados com um líquido que contém nicotina e outros produtos químicos sendo igualmente nocivo e viciante para quem fuma tanto quanto o cigarro comum. Mas e os fumantes passivos, também correm riscos de sofrer os efeitos negativos dos cigarros eletrônicos?

 

De acordo com Débora Chong, pediatra e pneumologista do Hospital Pequeno Príncipe, a resposta é afirmativa. “Já temos estudos mostrando que sim, especialmente em asmáticos que convivem com fumantes de cigarros eletrônicos”, explica. Embora algumas informações em relação ao fumo passivo desses dispositivos ainda estejam em fase de estudos, evidências mostram que o vapor pode conter diferentes quantidades de substâncias tóxicas e metais pesados. Por isso, a orientação de especialistas é evitar a exposição a ambientes onde estejam fazendo uso do cigarro eletrônico ou outras formas de tabaco.

 

O tabagismo está ligado a vários problemas de saúde, que afetam todo o corpo, o ato de inspirar e expirar a fumaça do cigarro está diretamente relacionado ao desenvolvimento ou ao agravamento das doenças respiratórias. A atenção deve ser ainda maior com bebês, crianças ou pessoas com doenças respiratórias. O público infantil é mais suscetível aos malefícios do fumo passivo por terem as vias aéreas menores. Assim, neste Dia Mundial sem Tabaco, o Pequeno Príncipe alerta sobre os principais riscos aos meninos e meninas que são expostos aos malefícios dos cigarros.

 

Efeitos

Cerca de oito milhões de mortes por ano são relacionadas ao tabagismo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dessas, 1,2 milhão (15%) são decorrentes da exposição ao fumo passivo, ou seja, de pessoas que não fazem uso do cigarro, mas por conviverem com quem fuma acabam inalando as substâncias nele contidas. A fumaça do cigarro comum tem mais de sete mil compostos e substâncias químicas. Desses, pelo menos 69 causam câncer. Os dados são do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

 

Fumo passivo: quais são os riscos?

Riscos para o bebê durante a gravidez

  • Aumento nos níveis de monóxido de carbono no sangue.
  • Menor recebimento de oxigênio.
  • Aborto espontâneo e morte fetal.

Riscos para o recém-nascido

  • Parto prematuro.
  • Morte súbita infantil (risco aumentado em duas vezes).
  • Baixo peso ao nascer.

Riscos para crianças e adolescentes

  • Infecções de ouvido repetitivas.
  • Resfriados constantes.
  • Crises de asma.
  • Pneumonia.
  • Rinite aguda.
  • Aumento da chance de tornar-se fumante no futuro.

 

Sobre o Hospital

Com sede em Curitiba (PR), o Pequeno Príncipe, maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil, é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, que oferece assistência hospitalar há mais de 100 anos para crianças e adolescentes de todo o país. Disponibiliza desde consultas até tratamentos complexos, como transplantes de rim, fígado, coração, ossos e medula óssea. Atende em 35 especialidades, com equipes multiprofissionais, e realiza 60% dos atendimentos via Sistema Único de Saúde (SUS). Conta com 361 leitos, 68 de UTI, e em 2022, ainda com as restrições impostas pela pandemia de coronavírus, realizou cerca de 250 mil atendimentos e 18 mil cirurgias que beneficiaram pacientes do Brasil inteiro.

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