Artur Marques da Silva Filho*
Neste Dia Nacional da Saúde, 5 de agosto, é importante reverenciar todos os profissionais do setor no Brasil. No enfrentamento da Covid-19, deram uma demonstração de senso humanitário, valor à vida, dedicação ao próximo e exemplo de coragem e competência.
No âmbito do Sistema Nacional de Saúde (SUS), vencendo os obstáculos de estruturas físicas nem sempre adequadas de hospitais e ambulatórios, o funcionalismo da área superou-se, demonstrando grande capacidade de mobilização e trabalho. A maneira como o atendimento médico-hospitalar do setor público de nosso país atendeu às complexas demandas geradas pela pandemia é um exemplo para o mundo, que se deu pelo trabalho incansável dos servidores.
Trata-se de uma verdadeira epopeia, que deixa muitas lições para as autoridades. Com investimentos corretos, rede física adequada e equipamentos modernos, o SUS terá um grande salto de qualidade. Assim, cumprirá com eficácia, ainda maior do que já tem feito, o preceito do atendimento universal na área da saúde, como determina nossa Constituição.
Com certeza, o primeiro passo nesse sentido é a valorização dos servidores estatais da saúde. Esta é uma responsabilidade da União, estados e municípios, que gerenciam o sistema de maneira compartilhada. Cabe lembrar que parte expressiva do pessoal da área no País trabalha no setor público.
É o que se pode observar, por exemplo, nas estatísticas referentes aos médicos. Dentre os 500 mil desses profissionais existentes no Brasil, 73% atuam no setor público, sendo que 26,9% do total estão exclusivamente vinculados ao SUS. Os dados constam do estudo Demografia Médica Brasileira 2020 (CFC/USP).
Assim, a valorização das carreiras do setor da saúde no serviço público não só contribuirá para atrair mais profissionais e melhorar de modo sistemático o nível de qualidade do SUS, como fará justiça a uma parcela muito expressiva dos profissionais brasileiros da área que atendem à população em hospitais, ambulatórios, UBS, atividades sanitárias e vacinação.
Nossa população precisa desses avanços porque depende muito do SUS. Segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2020 pelo IBGE, 71,5% dos habitantes, ou 150 milhões de pessoas, são atendidos apenas pelo sistema público, pois não possuem qualquer serviço suplementar, como seguro ou planos médico-hospitalares.
Os números evidenciam com clareza o significado do fator humano/profissional no contexto do SUS para a saúde dos brasileiros. Eis uma questão que merece máxima atenção das autoridades e dos candidatos a presidente da República, governadores e cadeiras do Legislativo nas eleições deste ano. Estamos falando de priorizar a vida!
*Artur Marques da Silva Filho é desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e presidente da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP).
Sobre a AFPESP
A Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP) é uma entidade sem fins lucrativos e direcionada ao bem-estar dos servidores civis estaduais, municipais e federais atuantes do território paulista. Fundada há nove décadas, é a maior instituição associativa da América Latina, com mais de 240 mil associados.
Está presente em mais de 30 cidades. Tem sede e subsede social no centro da capital paulista, 20 unidades de lazer com hospedagem em tradicionais cidades turísticas litorâneas, rurais e urbanas de São Paulo e Minas Gerais, além de 19 unidades regionais distribuídas estrategicamente no Estado de São Paulo.
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