Mulheres sofrem mais com fraturas ósseas resultantes da osteoporose

 


Doença afeta cerca de 18 milhões de pessoas no  Brasil e mais de 200 milhões ao redor do mundo

A osteoporose é caracterizada pela perda de massa óssea, que causa enfraquecimento nos ossos, tornando-os mais frágeis e quebradiços. Em 2020, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 18 milhões de brasileiros foram impactados pela doença. As fraturas mais comuns são encontradas na região do punho (rádio distal), nas vértebras e no quadril. Em todas elas, as mulheres estão mais suscetíveis às fraturas.

Dados do MBO (Manual Brasileiro de Osteoporose) mostram que as fraturas de punho são mais comuns em mulheres brancas na faixa entre 45 e 60 anos. Isso ocorre, principalmente, devido ao período de menopausa, marcado pela diminuição na produção do hormônio feminino estrógeno. O capítulo 20 do manual, mostra que as chances de uma mulher ter uma fratura de punho aos 50 anos é de 16,6%, caindo para 10,4% aos 70 anos. Enquanto, para os homens, a incidência é de 2,9% aos 50, e apenas 1,4% aos 70. 

“De todos os tipos de fratura, as do punho podem ser o primeiro fator de identificação da osteoporose nas mulheres no período pós-menopausa. As vertebrais são as mais comuns, enquanto as no quadril são as mais temíveis, devido à alta probabilidade de o paciente ficar fisicamente limitado”, diz o ortopedista e autor do capítulo 20 do MBO, Cláudio Mancini.

Dessas fragmentações nos ossos, 90% ocorrem em pessoas cima dos 50 anos, e a maioria é resultado de quedas da própria altura. O MBO mostra que o risco de uma fratura de quadril ocorrer em um período de 10 anos, em uma mulher com 50 anos, é de 0,3%, aumentando para 8,7% aos 80 anos. Para homens, esses números são menores, e correspondem a 0,2% e 2,9%, respectivamente.

Fraturas vertebrais e tratamento cirúrgico

O envelhecimento natural do corpo humano traz consequências como perda de reflexos neuromusculares, que resultam em quedas laterais ou para trás, aumentando o risco de fraturas. Entretanto, nas mulheres idosas, as fragmentações nas vértebras ocorrem em atividades do cotidiano, como levantar, pegar peso, arrumar a cama, e não necessariamente em quedas.

Alguns casos mais complexos exigem tratamento cirúrgico. Atualmente, duas técnicas podem ser realizadas nesse processo, a vertebroplastia e a cifoplastia. Na primeira, é injetado cimento ósseo (polimetilmetacrilato – PMMA) na fratura sob pressão, estabilizando o local quebrado e aliviando imediatamente a dor. Na segunda, os médicos utilizam cânulas (pequeno tubo de plástico) para permitir a introdução de balões, que se expandem com uma solução salina opaca. Essa expansão é responsável por uma pequena correção da deformidade vertebral.

“O grande problema da ocorrência de fraturas, quaisquer que sejam elas, é justamente o aumento do risco de ocorrer uma segunda subsequente. Esse risco é maior no primeiro ano após a primeira ruptura. A ocorrência de uma fratura vertebral aumenta em cinco vezes o risco de se ter uma nova fratura na coluna”, ressalta Mariana Mascarenhas, endocrinologista e membro do Departamento de Jovens Pesquisadores da Abrasso (Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo).

Fragilidade óssea no Instagram

Na próxima terça-feira (21/09), às 20 horas, a endocrinologista Mariana Mascarenhas e o ortopedista titulado em Densitometria Óssea pelo CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia), Cláudio Mancini, farão uma live no Instagram da Abrasso (@abrassonacional) com o tema “Fraturas vertebrais: sintomas e tratamento”.

Mancinié especialista em Ortopedia e Traumatologia pela SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia) e ex-presidente da ABOOM (Associação Brasileira Ortopédica de Osteometabolismo). Mariana Mascarenhas é especialista em Endocrinologia e Metabologia pela SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), pós-graduanda em Osteometabolismo, médica assistente do Serviço de Endocrinologia do HUMAP-UFMS e integra o Departamento de Jovens Pesquisadores da Abrasso.

Sobre a Abrasso – A Abrasso representa a união das três principais sociedades médicas dedicadas ao estudo da osteoporose e do osteometabolismo no Brasil: SBDENS (Sociedade Brasileira de Densitometria Clínica), SOBEMOM (Sociedade Brasileira para Estudo do Metabolismo Ósseo e Mineral) e a SOBRAO (Sociedade Brasileira de Osteoporose).

Criada em 2011, conta, hoje, com cerca de 1.500 associados de diversas especialidades médicas, além de outros profissionais da área da saúde, que têm a missão de difundir o conhecimento cientifico, estimular o ensino e a pesquisa e realizar ações preventivas junto à população.

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