"As pessoas têm que entender que a vacinação não é menu", diz imunologista do Mackenzie sobre a escolha de vacinas

 Especialistas afirmam que tomar a vacina contra a covid-19 é a escolha mais segura. Veja também qual a sua eficácia e os cuidados pós-vacinação


Desde o início da vacinação contra a covid-19 no Brasil, não é raro ouvir alguém comentar que deseja escolher com qual fabricante irá se vacinar ou ainda que, após se imunizar voltará a andar sem máscara e promover aglomerações. Muitos ainda questionam acerca da eficácia das vacinas disponíveis no país, entretanto, o professor de Geriatria, Rubens de Fraga Júnior, da Faculdade Evangélica Mackenzie Paraná (FEMPAR), aponta dois estudos para comprovar que todas as marcas de vacinas são eficientes.

Ele utiliza como base os estudos da revista The Lancet e da agência Public Health England. O primeiro artigo afirma que a CoronaVac tem alta eficácia contra covid-19 sintomático confirmado por PCR, além de uma boa segurança e alto perfil de tolerabilidade. No segundo estudo, foram observadas apenas diferenças modestas na eficácia das vacinas da Astrazeneca e Pfizer com a variante delta em comparação com a variante alfa após o recebimento de duas doses de vacina.

"Testes e monitoramentos extensivos mostram que essas vacinas são muito seguras e eficazes. Já estamos vendo resultados incríveis na diminuição de mortalidade e de contágio. Tomar a vacina faz com que você proteja todas as pessoas ao seu redor, particularmente as pessoas com maior risco de doenças graves", ressalta o professor. Ele também diz que a vacinação se torna ainda mais importante, pois caso a pessoa venha a contrair a doença, as chances desta se recuperar e ter sintomas amenos são maiores.

Sobre a volta da rotina sem o uso de máscara e distanciamento social, o professor faz um alerta. "Infelizmente teremos que ter uma cobertura vacinal de mais de 75% da população com a segunda dose da vacina. Até este dia, teremos que continuar com os cuidados de distanciamento físico e uso adequado de boas máscaras". Quanto à escolha do imunizante, Rubens diz que a população deve tomar a que estiver disponível no dia. "Qual a melhor vacina? Meu recado: a vacina no seu braço. Devemos assegurar que qualquer vacina regulamentada pela Anvisa é uma vacina eficaz".

O imunologista e coordenador do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) do Mackenzie, Jan Carlo Delorenzi, compartilha da mesma opinião de Rubens. "As pessoas têm que entender que a vacinação não é menu, não estamos num restaurante para escolher o que vai tomar. O Brasil foi muito rigoroso na aprovação das vacinas e por isso o cidadão pode ficar tranquilo independente de qual seja". Ele diz ainda que as pessoas que se recusam a se vacinar estão cometendo infração sanitária e por isso, acredita que deveriam ser penalizadas.

Sobre a possibilidade da revacinação contra a covid-19, Rubens Júnior diz que as pesquisas científicas vêm mostrando que muito provavelmente haverá a vacina contra o coronavírus incorporada ao calendário vacinal anual, assim como aconteceu com a Influenza, a H1N1 e as variantes das gripes comuns.

Jan Carlo também comenta sobre esta questão. "Pode ser sim que ela seja sazonal. O que temos que ter em mente é que a vacinação é o que vai garantir a sobrevivência da humanidade neste momento. Então se tiver que tomar todos os anos, terá de tomar".

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