Integrante do PCC preso pretendia matar chefe da Polícia Civil de SP


Segundo planos da facção, traficante detido nesta quinta-feira (30), em Itaquaquecetuba, seria o responsável por executar promotores e policiais

São Paulo
Do R7, com informações da Record TV



Suspeito de aproximadamente 100 assassinatos, Jagunço, de 29 anos, está preso Reprodução/Record TV

O traficante conhecido como Jagunço, acusado de integrar o PCC (Primeiro Comando da Capital), detido na manhã desta quinta-feira (30), em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, teria como missão, determinada pelo grupo criminoso, executar a morte do delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Rui Ferraz Fontes. As informações são da Record TV.

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A revelação foi feita pelo delegado Carlos Alberto da Cunha, responsável pelas investigações, iniciadas há quatro meses, pela 8ª Delegacia Seccional, na região de São Mateus, na zona leste paulistana, área de atuação de Jagunço - também suspeito de ter praticado mais de 100 homicídios nos chamados "tribunais do crime".

De acordo com o delegado, o trabalho policial começou com uma interceptação, feita pelo Ministério Público, de um bilhete que cobrava providências sobre atentados contra autoridades, como promotores e o delegado Rui Ferraz Fontes, número um da Polícia Civil paulista - que, no passado, ficou conhecido como um especialista em investigações e operações contra o PCC.

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As apurações policiais apontaram que Jagunço era o membro da facção criminosa que tinha por responsabilidade a disciplina na zona leste de São Paulo. "O nome do cargo dele na facção é 'geral', acima do disciplina. Todos os disciplinas se reportam a ele", afirmou o delegado.

Carlos Alberto da Cunha afirmou também que Jagunço é um homem muito temido pelos moradores do bairro onde mora. "Segundo pessoas da comunidade ouvidas, ele desfilava armado pela favela, havia executado algumas pessoas e todos tinham medo dele".

Tribunais do crime

De acordo com a polícia, os "tribunais do crime" têm regras e procedimentos semelhantes aos de um júri comum. Nesses "julgamentos", o acusado tem o direito de levar uma testemunha de defesa e o acusador também apresenta as suas provas. Então, os criminosos, dentro de barracos, promovem os debates e chegam à conclusão se o "réu" é culpado ou não.

"[Em] problemas que aconteciam na zona leste e que o crime achava que tinha o direito de intervir, essas pessoas eram levadas para locais ermos, barracos, julgadas e enterradas", complementou o delegado Carlos Alberto da Cunha.

Desaparecimentos

O delegado Carlos Alberto da Cunha, da 8ª Delegacia Seccional, acredita que, com a prisão de Jagunço, diversos casos de desaparecimentos podem ser solucionados no futuro. "Infelizmente, não conseguimos fazer agora pela covid-19, [o trabalho de] localizar esses restos mortais, identificar por DNA, para que as famílias tenham a certeza se o seu ente querido está morto ou não", finalizou o policial.

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