Tenente Coimbra quer investigação sobre irregularidades em ONGs de proteção animal

O deputado estadual Tenente Coimbra (PSL) propôs a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar denúncias contra Organizações Não Governamentais (ONGs) que tenham como finalidade a proteção animal. O documento foi protocolado na última semana na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP).
No requerimento, Coimbra pede que a Comissão seja composta por nove deputados para que, no prazo de 120 dias, possa dar uma resposta à população e aos que exercem um trabalho sério em prol da causa animal. “Não podemos deixar que criminosos utilizem uma causa tão especial para gerar receita enquanto pouco ou nada se importam com os animais em seus cuidados de saúde, higiene e segurança, exigidos pelas normas aplicáveis”, explica.
Segundo o deputado, durante uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a Venda de Animais, que ocorreu na Alesp no segundo semestre de 2019, foram apresentadas diversas denúncias contra algumas organizações, como a cobrança de valores exorbitantes para adoção; superlotação; invasão e furto em propriedades de criadores legalizados e desvio de verbas públicas, entre outras. “Existe um grande número de denúncias sobre invasão de propriedade privada com uma finalidade aparentemente genuína, mas que apenas utilizam do ‘politicamente correto’ ao se apropriarem do significado de cuidadores para furtarem, gravarem vídeos para sucesso particular, captarem verbas públicas ou até mesmo vender os animais apreendidos com a nomenclatura de taxa”, completa.
A Constituição Federal (artigo 225, parágrafo 1, inciso VII) impõe ao poder público o dever de proteger a fauna e a flora e proíbe as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade.
Além disso, praticar maus-tratos é crime previsto no artigo 32 da Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, com pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa. Se ocorrer a morte do animal, a pena pode aumentar para um sexto a um terço.
O parlamentar ressalta que cabe à Assembleia Legislativa assumir o papel fiscalizador, já que é uma das obrigações do poder público, conforme a Constituição. “Os animais merecem o nosso cuidado e respeito. É nossa obrigação apurar as possíveis irregularidades que vêm ocorrendo no estado de São Paulo para que sejam tomadas as medidas necessárias e que os responsáveis por tais estabelecimentos irregulares sejam punidos”.

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