A microempresa de neurologia, que mantém sede em Teresina (PI), foi contratada após o segundo turno das eleições de 2018. O jornal Estado de São Paulo obteve o contrato e exibiu na reportagem que mostra que a empresa de Daniel deveria fornecer três vezes por semana um "profissional para o atendimento de cirurgias eletivas no centro cirúrgico", neurocirurgião para visitas médicas diárias, além de um neurologista que atuaria a distância 24 horas por dia.
A reportagem aponta ainda que a Nevro não realizou nenhuma neurocirurgia, mas os pagamentos foram feitos. A denúncia, conforme apresentou o Estadão, mostra que um paciente chegou a ser encaminhado ao hospital para uma neurocirurgia, porém o paciente não chegou a ser atendido e morreu. No período, segundo contrato que o jornal teve acesso, a Nevro recebeu R$ 595 mil no período.
O Instituto Sócrates Guanaes (ISG) gerencia o HRR e contratou a Nevro e foi um dos alvos da CPI que investigou a terceirização de hospitais em São Paulo. O relatório da CPI que foi produzida pela Assembleia Legislativa de São Paulo apontou indícios de "contratos superfaturados" com empresas terceirizadas.
Em nota, o ISG disse que a Nevro prestou atendimento ambulatorial entre novembro de 2018 e fevereiro de 2019. A reportagem mostra ainda que o instituto afirma que a empresa foi contratada segundo o Regulamento de Compras e Serviços do ISG. "Não existem pagamentos a fornecedores por serviços não executados."
Também ao Estadão, o médico Daniel França disse que enquanto não realizou neurocirurgias, ele trabalhou na estruturação do centro cirúrgico do hospital. "Acompanhei toda a estruturação do local (...). Os pagamentos que recebi foram graduais". O médico saiu em defesa da esposa, e disse que o processo de contratação de sua empresa começou em agosto, "quando nem Joice nem [João] Doria estavam eleitos".
Ao Estadão, a assessoria Joice Hasselmann disse que é mentira que a empresa do marido tenha recebido pagamentos por serviços não prestados.
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