Ministra reforça aos chineses as boas perspectivas para investimento no agronegócio brasileiro | |
Ao
participar de seminário sobre agronegócio e o comércio agrícola entre
Brasil e China, em Pequim, a ministra Tereza Cristina (Agricultura,
Pecuária e Abastecimento) destacou nesta sexta-feira (25) que as
exportações ao mercado chinês estão concentradas em soja e carne, e os
produtores brasileiros têm mais a oferecer ao país asiático.
Em
2018, a China comprou mais de US$ 31 bilhões em produtos agropecuários
do Brasil, volume 70% superior ao registrado em 2015. Do total
exportado, quase 88% foram de soja em grão. Em segundo lugar, aparece
carne bovina, com apenas 4,7%. A soja e as carnes (bovina, frango e
suína) concentram 96% dos produtos agropecuários vendidos aos chineses.
“Queremos
continuar como o principal fornecedor de alimentos para a China, mas
podemos oferecer muito mais do que soja e carnes”, disse a ministra no
seminário, promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos (ApexBrasil).
“Considerando a diversidade da agropecuária do Brasil e os US$ 140 bilhões em produtos agrícolas importados pela China de todo o mundo, vemos claramente que há muito espaço para ampliação das nossas relações comerciais, não apenas em volume, mas também em variedade”.
A ministra voltou a
ressaltar que o Brasil é um dos poucos países com capacidade de expandir
a oferta de alimentos aliada à sustentabilidade. “O Brasil é o terceiro
maior produtor de alimentos do mundo e ao mesmo tempo possui 66,3% do
seu território coberto por vegetação nativa. Isso só é possível porque o
produtor brasileiro produz ao mesmo tempo em que preserva”, afirmou.
De
acordo com Tereza Cristina, o uso de videoconferências para discussão
entre as equipes técnicas chinesas e brasileiras agilizou os processos,
como inspeção sanitária. Porém, segundo a ministra, “precisamos
continuar buscando soluções inovadoras que tornem a comunicação ainda
mais fluida e gerem resultados concretos de grande impacto”.
Investimentos
Aos
empresários chineses, Tereza Cristina apontou diversas oportunidades de
investimentos na cadeia produtiva da agropecuária: insumos, maquinário,
produção, processamento, estocagem, distribuição, transporte, pesquisa e
inovação no campo.
“O crescimento exponencial do
setor agropecuários nas últimas décadas, que colocou o Brasil entre os
líderes mundiais do setor, foi fruto do casamento bem-sucedido entre
recursos naturais abundantes, pesquisa científica de ponta e
empreendedorismo dos agricultores”.
De 2013 a 2018, os chineses investiram cerca de US$ 69,2 bilhões no Brasil, principalmente no setor energético. "Queremos que o agro também se torne um setor prioritário para o investidor chinês", acrescentou.
Além da
alta produtividade do agro, a ministra destacou que o agro é um bom
investimento, pois o Brasil detém um mercado interno com 210 milhões de
consumidores e tem acesso a mais de 55 milhões de pessoas que vivem nos
países vizinhos.
O número de consumidores de produtos brasileiros deve crescer ainda mais nos próximos anos, em razão dos acordos comerciais Mercosul-União Europeia e com o EFTA (bloco integrado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein). Os dois blocos, juntos, somam 510 milhões de consumidores.
“A conclusão
desses dois acordos é um sinal claro à comunidade internacional de que o
Brasil está aberto ao mundo, em prol do livre comércio”, disse.
Ela
reforçou que o compromisso do governo federal é fomentar ambiente de
negócios saudável, simplificar a burocracia, facilitar o acesso ao
crédito e melhorar a infraestrutura para o produtor rural.
“O Brasil tem a China como parceiro estratégico e da maior importância. Estou certa que, ao trabalharmos cada vez mais juntos, colheremos os frutos do aprofundamento dessa relação em benefício de ambos os nossos povos”.
De acordo com a ministra, a prioridade
do governo é melhorar a economia, por meio de uma agenda de micro e
macro reformas, como a da Previdência, recentemente aprovada pelo
Congresso Nacional.
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