Justiça decide que 15 PMs da Chacina do Curió irão a júri popular


11:58 | 30/10/2019


Protesto na manhã desta quarta-feira, 30, durante julgamento dos PMs no caso da chacina do Curió
Protesto na manhã desta quarta-feira, 30, durante julgamento dos PMs no caso da chacina do Curió (Foto: MAURI MELO/O POVO)

Familiares das vítimas da Chacina do Curió, ativistas de direitos humanos e ONGs se reúnem para assistir à sessão que julga os recursos de 33 policiais militares acusados do crime. Três desembargadores da 3ª Câmara Criminal apresentam votos que decidirão se os PMs irão a júri popular para serem julgados por homicídios qualificados. Nesta manhã, 15 PMs tiveram recursos negados e irão a júri popular. Outros 18 agentes terão recursos julgados ainda nesta quarta-feira, 30.
Ministério Público e advogados dos réus também apresentam argumentos nesta quarta-feira, 30. Após decisão, a defesa ainda pode recorrer se não houver unanimidade de votos.
Os 33 policiais estão divididos em três Recursos em Sentido Estrito, recorrendo contra os qualificadores e o julgamento por júri popular. Após os recursos serem lidos, a desembargadora relatora Marlucia de Araújo Bezerra leu seu relatório e depois registrou seu voto, declarando não procedente os recursos dos policiais. Outros dois desembargadores votantes são José Tarcilio Souza da Silva e Francisco Lincoln Araújo e Silva. O mesmo acontecerá com outros dois recursos nesta tarde.


Dos 44 agentes alvos de denúncia pelo Ministério Público, 34 foram pronunciados para ir a júri popular. Os outros 10 irão a julgamento comum. 33 deles recorrem à 2ª instância com o pedido de também serem julgados por júri comum sem qualificadores. Apenas Maria Bárbara Moreira não recorreu à decisão da 1ª instância.
Os policiais são denunciados por tentativa de homicídio e homicídios duplamente qualificados, além da prática de tortura física e psicológica. A defesa dos agentes alega que as provas colocadas nos autos são inclusivas, pois a área abrangida é de grande dimensão (a Grande Messejana) e as viaturas estavam em serviço indo a locais indicados pela Ciops.
Representantes do Ministério Público se pronunciam contra os recursos dos policiais. Para o órgão, os qualificadores de homicídios por motivo torpe ou banal e por impedir a defesa das vítimas são aplicáveis aos réus. Eles argumentam que os policiais tinham conhecimento do crime, não agiram “em defesa da segurança da população” e buscaram acobertar as ações.
Já os advogados de defesa atestam que as denúncias feitas pelo MP "foram realizadas às pressas para dar satisfações à sociedade". Eles apresentam como argumento também o fato de que algumas provas técnicas foram inconclusivas e não são capazes e individualizar as ações de que os PMs são acusados.

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