Operação identifica falso Policial Federal que recebia propina da "Máfia dos Cigarros"

Policiais federais cumpriram esse mandado de prisão e outros três de busca e apreensão em Dourados

Renato Giansante
De Dourados para Capital News

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (26) em Dourados a segunda fase da Operação Nepsis com a prisão de um homem que se passava por policial federal afim de obter propinas da Organização Criminosa desmantelada na primeira fase da operação realizada em setembro de 2018.

 De acordo com a assessoria da PF, foram cumpridos ainda outros três mandados de busca e apreensão no município. Ainda segundo a PF, a Organização Criminosa investigada formou um verdadeiro consórcio de grandes contrabandistas, com a criação de uma sofisticada rede de escoamento de cigarros contrabandeados do Paraguai pela fronteira do Mato Grosso do Sul, a qual se estruturava em dois pilares: um sistema logístico de características empresariais e, ainda, a corrupção de policiais cooptados para participar do estratagema criminoso.

O alvo desta segunda fase teria identificado a oportunidade de se passar por agente em um cenário de corrupção policial sistêmico e com isso vendia informações aos chefes da “máfia dos cigarros” sobre possíveis operações policiais, recebendo valores em nome de uma equipe inexistente de policiais federais fictícios, bem como em nome de membros do Poder Judiciário. Há registros de solicitação de pagamentos no valor de R$ 1 milhão para prejudicar o andamento de uma suposta Operação Policial.

O suspeito ainda atuava auxiliando no escoamento logístico dos cigarros contrabandeados, prestando serviços de contravigilância, ou seja, favorecendo o monitoramento pela Organização Criminosa da fiscalização policial nas rodovias.

Preso nesta manhã, o homem foi indiciado pelos crimes de Organização Criminosa (art. 2º da lei n. 12.850/2013) e Tráfico de Influência (art. 332 do Código Penal).

Divulgação/PF
 
Equipe da PF durante a operação realizada nesta terça-feira em Dourados
Segundo a mitologia grega, “Nepsis” significa vigilância interior, estado mental de atenção plena. A operação foi assim batizada em alusão à vigilância necessária para se combater as sofisticadas atividades criminosas ligadas ao contrabando e à vigilância em relação à própria atividade de fiscalização estatal para conter a corrupção de servidores públicos.

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