CNTA cobra do governo solução para o embargo saudita à exportação de frango

Carne de frango exportacao
Frigoríficos descredenciados respondem por
37% das exportações para a Arábia Saudita
 
A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins) cobra posicionamento do governo brasileiro a respeito do embargo saudita às importações de carne de frango.

O presidente da entidade, Artur Bueno de Camargo, em conversa com a Agência Sindical, manifestou preocupação com os empregos que estão em risco. "É um impacto fortíssimo. Essa medida, com certeza, irá causar muitas demissões", aponta.

O dirigente também alerta para outras consequências aos trabalhadores. "É preciso dar tranquilidade para quem trabalha em frigorífico, onde o risco de acidentes é muito grande. Esse trabalhador precisa estar focado. Mas como se concentrar nas tarefas, se existe o risco iminente de demissão?", argumenta Artur Bueno.

Segundo estimativas, o embargo da Arábia Saudita aos frigoríficos brasileiros coloca em risco 80 mil empregos diretos e 160 mil indiretos. Na semana passada, o país suspendeu a importação de carne de frango de 33 frigoríficos, entre eles os gigantes JBS e BRF. Dos 58 frigoríficos habilitados pelo Ministério da Agricultura para exportar para a Arábia, restaram apenas 25 na lista dos árabes.

Empregos - Segundo Artur Bueno, a CNTA cobrou a proteção dos empregos na cadeia produtiva. "Nós queremos saber que providências o governo irá tomar a respeito. Enviamos ofício para o ministro Paulo Guedes e aos ministérios da Justiça e Agricultura. É preciso garantir o emprego e a tranquilidade dos trabalhadores", afirma Artur.

O Brasil é o maior exportador de frango do mundo e 14% de tudo o que o País vende vai para a Arábia Saudita. As exportações giram em torno de 550 mil toneladas. Só no ano passado, foram mais de US$ 800 milhões. O grupo de frigoríficos desabilitados responde por 37% das exportações para os sauditas.

Impasse - Uma das preocupações do setor de avicultura é que outros países árabes adotem medida semelhante, devido à aproximação do governo Bolsonaro com Israel. Durante o Fórum Econômico de Davos, o ex-secretário-geral da Liga Árabe (que reúne 22 países), Amr Moussa, declarou que "o mundo árabe está enfurecido com o Brasil" por conta de uma possível mudança nossa embaixada para Jerusalém.

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