Descaso da administração municipal com a população periférica é uma vergonha

O descaso no atendimento aos reclames da população – contribuinte que também paga impostos -  residente na periferia é uma norma de há muito praticada pelos administradores - hoje chamados de gestores – municipais.

Na segunda-feira, 17 de dezembro, com a presença do prefeito Flávio Prandi Franco, o Conselho Municipal de Turismo (Contur) realizava uma reunião. Num dos intervalos, quando o prefeito deixava a reunião, já que tinha um compromisso à tarde em Brasília, solicitei sua atenção por um minuto e pedi que ele enviasse uma equipe ou alguém para verificar a situação do valetão da rua São Paulo  onde água estava empoçada e destilando mau cheiro.

Nada de aparecer alguém para verificar. Então quem ouviu os reclames foi Nelsinho Gusso, assessor direito do prefeito Flávio Prandi, que falou via celular com o secretário municipal de obras e serviços públicos Manoel de Aro, que prometeu enviar uma pessoa chamada Neto, de uma empresa contratada que executa diversos serviços de limpeza, para verificar.

Até hoje (22/12) pela manhã, não se tem notícia de uma equipe enviada pelo prefeito Flávio Prandi e tampouco se o funcionário da empresa foi destacado para tal operação.  

Sem notícias, já que Nelson Gusso ficou de dar uma resposta sobre as providências tomadas – a prefeitura volta a funcionar apenas na quarta-feira (26/12) às 12 horas, pela manhã, às 10h49m, logo após fazer umas fotos, bateram à porta de minha casa para informar que estavam limpando o valetão. Feliz, passei a mão na máquina fotográfica e fui eu registrar o fato.

Um senhor, parente de dona Araci que mora na casa da esquina, estava limpando o valetão.  É lamentável que os vereadores vão ao rádio e dizem que estão trabalhando em prol da população, e um contribuinte faz o serviço limpeza que seria obrigação da empresa contratada. É uma pena e uma vergonha. Onde fica a obrigação do vereador de fiscalizar e exigir providências em nome do povo?

O trabalho do vereador se restringe na verdade à sua base eleitoral, no seu bairro e adjacências, e atende esporadicamente este ou aquele bairro, e não em toda a cidade como alegam. Dois vereadores – faz tempo -  estiveram verificando a situação no valetão. Cadê que fazem uma manutenção periódica até a execução do recape asfáltico?  

Recentemente o cidadão Osmar, funcionário da Santa Casa de Jales, que mora bem em frente a rua São Paulo, humildemente colocou as mãos a obras e limpou o valetão.  Dias destes, um outro senhor tentou limpar o valetão mas desistiu. Enquanto isso... dizem que estão trabalhando em pró da população.

Quando o contribuinte cobra da administração e ela não toma providência, e o caso do valetão da rua São Paulo é de conhecimento público, cabe ao vereador ou vereadores convocar para prestar esclarecimentos não só o prefeito, mas também o assessor responsável pelo setor atingido pela reclamação. Por isso existem Comissões Permanentes no Poder Legislativo.