Operação Barbour: Vereadora e outras três pessoas são presas por fraudes à Previdência na Grande SP

Gabinete da parlamentar em Santo André era o local onde o grupo coordenava a concessão irregular de centenas de aposentadorias
Quatro pessoas foram presas temporariamente nesta segunda-feira após a deflagração da Operação Barbour, que investiga desvios de recursos da Previdência Social por meio da concessão irregular de aposentadorias na Grande São Paulo. O cumprimento dos mandados é resultado das investigações conduzidas pela Força-Tarefa Previdenciária, da qual fazem parte o Ministério Público Federal, a Polícia Federal, a Coordenação de Inteligência Previdenciária, o Instituto Nacional do Seguro Social e a Advocacia-Geral da União.

Entre os presos está uma vereadora de Santo André em cujo gabinete as fraudes eram coordenadas. O grupo aliciava pessoas, a maioria servidores do Banco do Brasil, interessadas em supostos serviços de assessoria previdenciária para antecipar a obtenção da aposentadoria. Os envolvidos atendiam os clientes à distância ou presencialmente, na sala da parlamentar. Com os documentos em mãos, os criminosos procediam à falsificação de outros papéis para forjar o aumento do tempo de contribuição ao INSS e, com isso, viabilizar a liberação dos benefícios.

Os agentes cumpriram também seis mandados de busca e apreensão, a partir dos quais os investigadores terão elementos para comprovar a dimensão do esquema. As autoridades já identificaram 24 aposentadorias liberadas irregularmente pelos criminosos desde outubro de 2017, mas estima-se que o total atinja centenas. A pedido do MPF, a Justiça Federal autorizou ainda a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e de dados telemáticos dos quatro envolvidos, o que permitirá apurar o teor da comunicação entre eles e como dividiam as comissões que cobravam dos clientes.

A chefe de gabinete da vereadora também foi presa nesta segunda. Os outros detidos são um homem que atuava como procurador dos segurados e um servidor da agência do INSS em Diadema que inseria os dados falsos nos sistemas informatizados da Previdência. Segundo os investigadores, além das quantias cobradas pela prestação da falsa assessoria, o esquema gerava ganhos político-eleitorais à parlamentar, que figurava como responsável pela obtenção das aposentadorias aos clientes.

Entre os crimes investigados estão peculato, associação criminosa, uso de documentos falsos e inclusão de informações inidôneas nos sistemas da Previdência. Os envolvidos poderão ser indiciados também por corrupção ativa e passiva.

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