Paiva Netto
Dedico ao nobre espírito dr. Bezerra de Menezes (1831-1900) — respeitado homem público brasileiro que faz jus ao título de “Médico dos Pobres” e aniversariava em 29 de agosto — o artigo de hoje. Ele que soube amar, como poucos, o seu próximo.
Jesus é o Libertador Celeste. Ele afiançou que, se conhecermos a
verdade, claro que a divina, ela nos tornará livres. Nada em termos apenas
materiais concederá ao cidadão a sua carta de alforria. Ninguém aprisiona a
alma de quem possui o coração espiritualmente livre. Gosto de valer-me do
exemplo do Gandhi (1869-1948). Muitas cadeias pegou
na luta pela independência da Índia. Que realizava então na frieza do cárcere?
Escrevia, e suas páginas constituíram-se bandeiras libertárias não somente para
o seu povo, como também para outras nações.
Com muita propriedade, ensinou o
saudoso dr. Bezerra: “(...) A plena
liberdade dá a consciência da suma responsabilidade (...). O bem tem grande
força de expansão! (...) Um povo que tem fé cria-se numa atmosfera moral em que
bebe a força para o cumprimento de todos os deveres, a mais expansiva força das
alegrias da alma, desde a vida terrena”.
Bonifácio, Kennedy, Shaw e o Mundo Invisível
John Fitzgerald Kennedy (1917-1963), em seu discurso diante
do Parlamento, no dia 28 de junho de 1963, em Dublin, Irlanda, afirmou
que “George Bernard Shaw, falando como um irlandês, sugeriu uma nova perspectiva à vida.
‘Algumas pessoas’, ele disse, ‘veem as coisas e perguntam: Por quê? Mas eu
sonho com coisas que nunca existiram — e questiono: Por que não?’”
E, como um descendente de
imigrantes irlandeses, prossegue JFK: “É
esta a qualidade do povo irlandês: a notável combinação de esperança, convicção
e imaginação — que, mais do que nunca, é preciso ter. Os problemas do mundo não
podem ser resolvidos por céticos ou cínicos, cujos horizontes se limitam às
realidades evidentes. Precisamos de homens capazes de imaginar o que nunca
existiu e de questionar ‘por que não?’”
Ora, essas também são qualidades do
nosso bom povo brasileiro, iluminado de esperança, por pior que seja a
conjuntura. Numa hora de satisfação, exclamou o notável José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), o Patriarca da
Independência: “Os brasileiros são
entusiastas do belo ideal, amigos da sua liberdade!”
Ditas todas essas coisas, fica claro aos que “têm olhos de ver e ouvidos de ouvir” que o aprendizado neste mundo ainda é incompleto. O entendimento hodierno da Vida Espiritual é semelhante ao da Lei da Gravitação Universal, de Newton (1643-1727), com as presentes contribuições de Einstein (1879-1955). Apenas como argumento, poderíamos dizer que não adiantaria simplesmente negá-la, porquanto nosso saber científico contemporâneo não alcançou por inteiro todas as leis que a regem.
Comentários
Postar um comentário