Médico da Santa Casa destaca a relação do tabagismo com as doenças cardíacas


Rubens Tofano de Barros, ministrou palestra aos pacientes do Ambulatório de Tabagismo
O médico do setor de Cirurgia Cardíaca da Santa Casa de Misericórdia de Marília, Rubens Tofano de Barros, ministrou palestra aos pacientes do Ambulatório de Tabagismo na manhã deste dia 25 de maio, na sala de reuniões da instituição. O profissional destacou a relação do tabagismo com as doenças cardíacas para um público de aproximadamente 50 pessoas.
"A nossa intenção é fazer despertar nas pessoas o que geralmente se levam muitos anos para elas verem: os malefícios trazidos pelo cigarro e a importância de largar o vício. Às vezes, quando há a percepção já é tarde e foi causada uma sequela irreversível. Por isso, é preciso buscar ajuda para se antecipar aos problemas que podem surgir, inclusive os cardíacos", comentou o médico.
O cigarro possui 5.700 substâncias nocivas que atuam diretamente no sistema respiratório e cerca de 8.000 cancerígenas. "Estas substâncias vão criando uma camada no pulmão que impede a circulação de oxigênio e isso acaba repercutindo no coração, que precisa bombear o sangue para o corpo. Este esforço a mais que o coração faz para bombear o sangue causa problemas, como a dilatação do lado direito do órgão, chegando em muitos casos a uma insuficiência cardíaca", explicou Barros.
De acordo com o palestrante, o pulmão é um dos órgãos mais sensíveis e é triste ver algumas situações. "Estou há 40 anos na profissão e é difícil para a gente ver pacientes por 20 ou 30 dias no respirador, perdendo massa muscular".
O médico Rubens Tofano de Barros tirou dúvidas dos pacientes do Ambulatório de Tabagismo. Entre as mais recorrentes estiveram questões relacionadas ao comprometimento do pulmão, AVC (Acidente Vascular Cerebral),  hipertensão arterial e outros problemas ocasionados pelo tabaco.
"Uma das consequências mais graves que pude ver foi a arterite. Me lembro de um paciente que sofreu amputação de dedos, depois das duas pernas e não tinha nem 45 anos quando faleceu", contou o profissional da Santa Casa.
As crises de abstinência e as dificuldades para abandonar o vício também foram explanadas por Barros. "Há 20 anos tivemos um caso de paciente que estava recebendo oxigênio e foi acender um cigarro no quarto do hospital. Houve explosão e ele sofreu queimaduras. Isso é só para citar o desespero do fumante ao ficar sem o cigarro".
O serviço
O Ambulatório de Tabagismo da Santa Casa de Marília existe há 11 anos e é referência para 62 municípios do DRS IX (Departamento Regional de Saúde). Os encaminhamentos são feitos via Secretaria de Estado de Saúde, a partir de pedidos de unidades de saúde (atendimento primário) do SUS (Sistema Único de Saúde).
Cerca de 300 pacientes são atendidos por mês no Ambulatório de Tabagismo do hospital. Os novos pacientes passam por triagem inicial às segundas e sextas, das 8h às 10h. Posteriormente, consulta é agendada com a médica Edilaine de Oliveira Miguel. Terapias em grupo são realizadas para ajudar os pacientes, que também recebem a Bupropiona (medicamento para o controle da ansiedade), a goma de mascar  e os adesivos (que liberam nicotina para evitar crises de abstinência até que haja a desintoxicação do organismo).

 
Pacientes
O aposentado José da Silva Eugênio sofreu AVC e teve de amputar a perna esquerda. "Só então senti que era a hora de parar de fumar. Tinha diabetes, mas sei que estes problemas foram todos potencializados por causa do cigarro. Faz um mês que estou nesta luta. Não é fácil, mas com o remédio e a terapia em grupo vou conseguir".
Fumante há 35 anos, o empresário Valdir Souza Neves passou por angioplastia e é paciente cardiológico. "A artéria estava obstruída. O cigarro contribuiu bastante para tudo isso. Estou me sentindo melhor e acredito que será um grande desafio parar de vez com o vício".
Fonte: Assessoria de Imprensa - www.santacasamarilia.com.br  

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