Após proposta do TRT, sindicatos firmam acordo da Campanha Salarial do setor de TI de SP

Decisão garante a reposição da inflação mais abono de 10%; ganho financeiro será de 7,05% sobre o salário mensal dos trabalhadores
A Campanha Salarial 2017 dos profissionais de tecnologia da informação do estado de São Paulo chegou ao fim. Sem acordo na mesa de negociação, os sindicatos aceitaram a proposta de conciliação judicial apresentada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT). O índice acertado prevê a reposição das perdas inflacionárias - 6,29% (IPCA), retroativo a 1º de janeiro - acrescido de um abono de 10% a ser pago em agosto. O acordo representa um ganho financeiro de 7,05% sobre o salário mensal da categoria.
O acordo firmado pelo Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo) reforça o poder de negociação do Sindicato. "Sem sucumbir à intransigência dos patrões e às inúmeras tentativas de retrocesso, conseguimos resguardar o principal patrimônio do trabalhador de TI, preservando e melhorando os benefícios e direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria", afirma o presidente do Sindpd, Antonio Neto. Diante de um ano difícil e conturbado, tanto do ponto de vista econômico como político, inúmeras categorias não conseguem sequer repor a inflação do período.
Preservação e conquistas
Além do reajuste salarial, o acordo determina o fornecimento do vale-refeição no valor mínimo de R$ 17,50. Para todos os profissionais enquadrados na jornada de oito horas diárias, fica garantido o pagamento de 22 dias por mês.
Obter avanços nas cláusulas sociais é uma das prerrogativas do Sindpd e a melhoria no auxílio-creche fez parte das reivindicações pleiteadas pelo Sindicato. Como resultado da luta constante em favor da manutenção dos direitos, o benefício foi ampliado. Com o novo acordo, o auxílio passa a ser de 40% do salário normativo - em casos onde os trabalhadores possuam filhos com até 24 meses - e de 35% do salário normativo oferecido àqueles cujos filhos possuam até 60 meses de idade.
Batalha árdua
Iniciada em janeiro, a negociação da Campanha Salarial 2017 tornou-se uma das mais difíceis dos últimos anos. A cada rodada, o patronato manteve a postura intransigente e pessimista. Na tentativa de beneficiar as empresas às custas dos empregados - posicionamento que se manteve até o fim das negociações - a comissão patronal iniciou o debate deste ano com uma proposta de apenas 3,5% de reajuste.
Após sete rodadas, a conclusão foi levada à Justiça com o pedido de dissídio apresentado pelo Seprosp (sindicato patronal). No TRT, a proposta apresentada pela Justiça foi de encontro à luta do Sindpd. Além de prever o pagamento do reajuste em parcela única, sem nenhum tipo de fracionamento, a decisão garantiu a preservação das cláusulas já existentes na Convenção Coletiva de Trabalho e a manutenção dos pontos que haviam sido acertados durante as negociações.

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