Politicamente Falando

*Ricardo P. da Costa

 
Dilma Vana Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), sofreu um processo de impeachment, cujos trâmites duraram de 17 de abril a 31 de agosto do ano de 2016. Como resultado do processo, a Presidente foi destituída do cargo, permanecendo, contudo, com seus direitos políticos preservados, ao contrário do que prevê o Artigo 52 da Constituição Federal.

A Abertura de créditos suplementares sem autorização do Congresso Nacional e a realização de operações de crédito com instituição financeira controlada pela União (as chamadas pedaladas fiscais), foram os fatores que contribuíram para o "Tchau Querida".

Muitos leitores devem estar se perguntando: Dados antigos! Informações ultrapassadas! Isto já é passado! Agora temos um novo governo!.

Porém se tratando de Brasil, o novo pode ser velho e o fim pode ser o começo. O começo do fim tem nome, sigla e uma relutância de 80% da população, chama-se PEC 241/55, visa estabelecer um limite para os gastos do Governo Federal durante os próximos 20 anos, a ideia é que os gastos públicos sejam totalmente controlados por lei e, portanto, limitar esse crescimento apenas ao aumento da inflação. Simples! Certeiro e pertinente, um governo novo com propostas novas, porém, e se tratando de Brasil, sempre tem um, "porém".

As máquinas do executivo, legislativo e judiciário gastam bilhões, um senador custa em média 33 milhões de reais por ano, por minuto a população brasileira gasta com o Senado 11 mil reais (dados da ONG AMARBRASIL,) e vão cortar gastos com saúde e educação? Cadê a taxação de impostos sobre grandes fortunas? Quem ganha mais que pague mais, ou no Brasil além do início ser o fim, o certo é o errado?

E por falar em fim e errado, penso na reforma da Previdência, Sim! O velho novo governo propõe idade mínima para a aposentadoria de 65 anos tanto para homens como para mulheres, tempo mínimo de contribuição de 35 anos para mulheres e 40 para homens. Refletindo sobre a ideia, a expectativa de vida do brasileiro é de 72 anos, ou seja, aposentando-se com 65 anos quanto tempo de descanso merecedor e de gozo de sua aposentadoria o trabalhador brasileiro terá? Isso explica porque ministros são xingados em restaurantes.

Falando em falta de educação, o velho novo patriota governo tem uma proposta para a educação, porque saúde e educação são importantes! E a nova conversa para bovino sonolento é que algumas disciplinas que sempre figuraram nos boletins passariam a ser optativas, quer dizer, o estudante pode escolher o que quer estudar, isso tudo de forma democrática, digo ¨ democrática ¨ no sentido de MP (medida provisória) que é um instrumento com força de lei, adotado pelo Presidente da República em casos de caos e urgência, cujo prazo de vigência é de sessenta dias e produz efeitos imediatos, isto é, uma lei imposta, o velho novo patriota e democrático governo adotou a política do ¨ Primeiro a gente faz e depois pergunta ¨.

Até o momento em que escrevo este artigo tem 1016 escolas, 51 universidades e 82 institutos federais, estão ocupados por estudantes que se posicionam veementemente contra a medida ¨democrática ¨ que o velho novo governo adotou em forma de medida provisória.

Lembram-se do Renato Russo? ¨Que país é esse ¨ ou ¨geração Coca-Cola ¨, pois é no velho novo Brasil a juventude luta para ficar na escola, ao invés de pular o muro pra fora, pula o muro para dentro! Esta ocupação tem um recado claro à sociedade, a juventude se interessa por politica sim!

Arrematando, existe uma mística e celebre frase brasileira que diz: ¨ futebol, politica e religião não se discute ¨, porém, como tem ex-jogador Senador, Bispo Prefeito e Político encarcerado, foi aberta a temporada da discussão no Brasil, no centro nossa velha nova politica brasileira, não importa se você é coxinha ou pão com mortadela, a questão é que tudo saí da padaria Brasil e você tem que entrar, afinal de contas, a árvore faz sombra até para o lenhador.

*Ricardo P. da Costa - Professor de História da rede estadual de ensino – Auriflama. e Professor de Filosofia do Centro Paula Souza (ETEC) - Pós-graduado em Filosofia Política pela UFSCAR.

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