FOLHAGERAL

Os nobres
vereadores da atual legislatura já se encontram em fase final de mandato. Com as eleições de outubro, poderá surgir uma safra bem renovada de parlamentares municipais. Quais serão, no momento, os desejos dos eleitores para o futuro próximo? Muito provável, que os novos edis não se tornem meras "vaquinhas de presépio" e deixem de lado a enxurrada de concessões de títulos de cidadania, de projetos chulos e inexpressivos. Que partam para a luta pelos interesses mais relevantes do município, que busquem atender as aspirações e necessidades da comunidade em geral.

Deslumbramentos
políticos são coisas do passado. Os novos edis deverão formar uma forte representação municipal, sem aquelas indecentes picuinhas políticas, para realizar trabalho e mostrar resultados à população. Os eleitores brasileiros estão aprendendo a agir com mais discernimento e responsabilidade na escolha dos candidatos. Eles sabem que o voto é um instrumento que pode significar sua força e sua esperança. Sabem que o voto deve ser usado para sufragar pessoas de bem e não pode ser desperdiçado com pessoas que não pretendem cumprir suas obrigações.

Quarenta anos
atrás, nas eleições municipais de 1976, Jales tinha 15.929 eleitores inscritos. Desse total, 81,1% compareceram às urnas e 18,9% se abstiveram; 2,08% votaram em branco e 4,41% anularam o voto. Vinte anos depois, nas eleições municipais de 1996, Jales tinha 28.425 eleitores aptos a votar. Do total, 83,8% compareceram às urnas e 16,2% se abstiveram; 2,27% votaram em branco e 3,95% anularam o voto. De forma discreta, mas evidente, o conjunto de dados mostra mudanças positivas no eleitorado. Este ano, vão às urnas 37.680 eleitores jalesenses. E os tempos são bem outros, do que aqueles anteriores.

Desta vez,
com a candidatura única, não se sabe certo o que vai acontecer nas urnas. O pensamento dos eleitores é indecifrável, pode mudar com fatos e informações. Há candidatos a vereador refazendo suas contas e revendo para baixo suas expectativas de votação. Percebem que vão receber menos votos do que o esperado na campanha. Aliás, a previsão é de que os vitoriosos nas urnas sejam eleitos ou reeleitos com votações mínimas. A falta de dinheiro, o fim das doações empresariais e a desmotivação de eleitores (que desconfiam do sistema político) podem resultar em surpresas desagradáveis.

Quarta-feira (21),
este colunista abre a caixa de e-mails do jornal Folha Noroeste e depara com solicitação de uma senhora, pedindo votos para um candidato chamado Januba da Banca (DEM), que nem se sabe de onde é. As redes sociais estão lotadas de "santinhos" de candidatos pedindo votos. Tanto daqui, como de outros lugares, como aqueles onde o Judas perdeu as botas.

Apesar de
a arrecadação municipal de Jales ter aumentado em quase 5%, não teve efeito positivo com o esforço para diminuição dos gastos públicos. De acordo com os gestores municipais, apesar de todas as medidas tomadas, uma divida de aproximadamente 12 milhões será deixada para o futuro prefeito de Jales pagar. Como sempre acontece, é lenha para a futura administração botar culpa na gestão anterior por má administração.

O futuro
prefeito de Jales, que todos sabem quem será, está ciente de que vai herdar uma bela dívida pública, repassada pela atual administração. Caso não consiga equilibrar as finanças no início, para depois fazer uma boa administração, vai ficar quatro anos gerindo prejuízos. O município fica parado. Os déficits são passados para frente. Um filme antigo.

A administração
municipal de Jales concluiu um novo edital para contratar, por meio de licitação, uma empresa para executar os serviços de recape asfáltico em mais de 100 mil m2 de vias públicas. Com a demora para dar início aos serviços, muitos acreditavam que o recape aconteceria só na próxima gestão. Os R$ 4, 5 milhões do empréstimo o povo vai pagar. Em muitas ruas, o proprietário de imóvel que arcou há décadas com o pagamento da pavimentação asfáltica não vai ser beneficiado com o recape. E quem teve o asfalto de graça, vai receber o recape de graça.

As Câmaras
Municipais de 14 municípios paulistas enviaram moções de apoio ao Projeto de Lei 570/2016, de autoria do deputado Roberto Engler (PSDB), que autoriza a criação e a regulamentação, por parte do Poder Executivo, do Programa Bolsa Permanência para estudantes das Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatecs). As manifestações partiram dos vereadores de Franca, Araçatuba, Assis, Bebedouro, Jaboticabal, Jundiaí, Lins, Marília, Mococa, Pindamonhangaba, Pompéia, Presidente Prudente, São Carlos e Taubaté. A proposta de Engler está iniciando a tramitação dentro da Assembléia Legislativa.

Os analistas
políticos, lá no botequim da vila, profetizam que a administração pública de Jales nos próximos quatro anos vai ser um sucesso. Basta ler os nomes das coligações que disputam as eleições: União por Jales, Todos unidos por Jales, Jales acima de tudo, Por Jales, Unidos por Jales, Eu amo Jales.

Além disso,
embora concorrendo com chapa única, o futuro prefeito e seu vice governarão com a força política de 13 partidos (do total de 15 partidos). Querem mais? Os 10 futuros vereadores serão selecionados entre 94 concorrentes. Maravilha.

Na sessão
ordinária de segunda-feira, (26), da Câmara Municipal de Jales, os parlamentares em 1ª e única discussão, vão votar projeto de lei do prefeito Pedro Callado solicitando autorização para alienar áreas de terras pertencentes ao Município localizadas na área urbana da cidade. Essa novela já tem vários capítulos e, segunda, pode a chegar ao fim.

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