Sino da esperança celebra o fim do tratamento da quimioterapia ou da Radioterapia no HCB Jales

Por Daria Freitas, assessora de imprensa do HCB Jales


 
Existe um projeto no Hospital de Câncer Barretos – Unidade III de Jales, onde os pacientes que terminam o tratamento da quimioterapia ou da Radioterapia tocam um sino que sinaliza o fim do tratamento.

São três badaladas no sino, que fica localizado em dois setores do hospital, um na recepção da radioterapia e outro na oncologia. Todos repetem a seguinte frase: "Toque este sino três vezes, assim todos vão saber: Seu tratamento foi concluído! Esta fase terminou! Siga seu caminho!".

O ato é acompanhado e aplaudido pela equipe técnica que acompanhou o tratamento, pelos familiares e outros pacientes que estiverem presentes no momento, e serve como incentivo às outras pessoas que irão passar ou que estão passando pelo mesmo procedimento. 

A iniciativa de implantar os sinos no Hospital foi das enfermeiras Iracélia Lima e Talita Minella, após uma visita ao Hospital Santa Paula em São Paulo, onde já existe o projeto. Elas perceberam que o mesmo proporciona otimismo, alívio e conforto para os envolvidos.
 
Há quanto tempo descobriu o câncer?
 
Sou Lucia Vomeiro Buzatto, casada com João Marcos Buzatto, tenho dois filhos: Simoni V. Buzatto Smarsi e Marcos Vinícius V. Buzatto. Sou professora e moro em Paranapuã/SP. Descobri a doença em março de 2015 e já fui encaminhada para o Hospital de câncer em Jales.

Como foi receber essa notícia?
O resultado dos exames me foi passado com muita cautela, então não me assustei muito. Parecia tudo muito tranquilo. A partir disso começou minha luta contra essa terrível doença: vieram os exames e logo depois as dolorosas sessões de quimioterapia e radioterapia.

Durante o tratamento você teve medo? Pensou em desistir?
O tratamento foi tranquilo, até esse momento não tive medo e nem pensei em desistir. Porém tive a confirmação que precisaria fazer a cirurgia. Aí vieram às angustias, insegurança e muito medo. Cheguei a ser internada para a cirurgia, mas não tive condições de realizá-la, devido meu estado emocional. Recebi alta e fui encaminhada para tratamento psicológico. Procurei ajuda com psicoterapeuta e logo remarcamos a cirurgia. Pensei sim em desistir, mas tive ajuda de profissionais competentes, da família, dos amigos e de quem não era amigo também. Pessoas essas que queriam mostrar pra mim que eu era importante e precisaria viver. Deixei de pensar só em mim e pensei nas pessoas que me amam e que, de uma forma ou de outra, precisam da minha presença. No dia 30 de outubro foi realizada a cirurgia, e foi um sucesso. Recuperei-me super rápido.

E quando foi chegando o final do tratamento, qual foi à sensação? Sua família te apoiou?
Algumas semanas depois da cirurgia, vieram às sessões de quimioterapia para finalizar o tratamento. Passaram-se quatro meses. Quando foi chegando o final do tratamento, me avisaram que aquela fase terminaria e eu tocaria o sino. Foi uma alegria imensa.

Minha família foi muito importante durante todo processo de tratamento, tive muito apoio, nem tenho como agradecer. Todos sofriam e choravam comigo... Foi uma luta coletiva. Não posso deixar de falar também da forte presença de Deus em meus dias. Da enorme corrente de oração da família e comunidade, que faziam para que eu tivesse força, muita coragem, e saísse bem dessa luta. Graças a Deus eu consegui vencer.

Qual foi a importância do sino na sua vida?
O sino para mim significou um despertar pela vida, as três badaladas tiveram um sentido de Força, Foco e Fé, como um alerta: "Você teve uma nova chance de viver". Tocar o sino com tantas pessoas que estiveram comigo foi inexplicável, uma emoção única, fizeram uma surpresa maravilhosa. Tenho certeza que foi o dia mais esperado.

E qual lição você deixa para outras pessoas que estão passando pelo mesmo problema?
A palavra câncer é forte e dolorosa, mas que tudo podemos quando temos Deus, o apoio da família, amigos e uma equipe de médicos, enfermeiros e demais funcionários que, além de competentes, são verdadeiros anjos do amor.


Comentários