Casos de dengue caem 81% no Estado de SP

 
O número de casos de dengue entre janeiro e abril deste ano no Estado de São Paulo foi 81% menor do que no mesmo período de 2015. É o que aponta balanço da Secretaria de Estado da Saúde com base nos dados informados pelos municípios paulistas por intermédio do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação).

Foram 108.660 casos confirmados da doença nos quatro meses iniciais de 2016, contra 568.070 registrados no primeiro quadrimestre do ano passado.

Cinco municípios paulistas concentraram 49,4% do total de infecções pelo vírus da dengue neste ano: Ribeirão Preto (33.264), São José do Rio Preto (7.312), Presidente Prudente (6.392), Birigui (3.763) e Sertãozinho (2.952). Entre todos os municípios paulistas, 71 não registraram nenhum caso, até o momento.

O número de óbitos relacionados a doença também sofreu uma redução de 90%. No primeiro quadrimestre deste ano, o Estado de São Paulo registrou 44 mortes contra 403 no mesmo período de 2015.

"Essa redução expressiva é resultado da intensificação das ações de combates ao Aedes aegypti promovidas pelo Governo do Estado e, sobretudo, da colaboração do poder público e da sociedade civil. Não podemos dar trégua ao mosquito. Contamos com todos para dar continuidade ao enfrentamento às Arboviroses e, assim, aumentar a proteção à população", afirma o secretário de Estado da Saúde, David Uip.


Chikungunya, zika e microcefalia
Em 2015, São Paulo registrou 189 casos importados de Chikungunya, ou seja, os pacientes não contraíram a doença no Estado. Neste ano, foram registrados 366 importados e 55 autóctones.

Já foram notificados 217 casos autóctones de Zika vírus ocorridos desde 2015. Há ainda 29 casos importados – situações em que a infecção ocorreu em outras localidades.

Desde novembro de 2015, os municípios paulistas notificaram 279 casos de microcefalia. Desse total, 8 foram confirmados e 107 foram descartados para microcefalia por infecção congênita, isto é, são relacionados a outras síndromes, intoxicação exógena, ou mesmo, reavaliação do perímetro cefálico. Outros 164 casos estão em investigação para infecção congênita.


‘Operação de inverno’ para combater e prevenir arboviroses
A Secretaria de Estado da Saúde elaborou uma ‘operação de inverno’, visando fortalecer estratégias de combate ao Aedes aegypti e proteger a população contra dengue, zika e chikungunya.

Em continuidade à campanha "Todos juntos contra o Aedes aegypit", a pasta iniciará a segunda etapa do Programa de Incentivo, que prevê pagamento de ‘extras’ a agentes municipais que trabalharem aos sábados. Os novos contratos poderão ser formalizados a partir de julho.

Trata-se de uma medida preventiva para o próximo verão, quando a proliferação do vetor pode aumentar devido ao calor e às chuvas.

Inédito, o programa foi anunciado em fevereiro, e garantiu entre os meses de março e maio remuneração de R$ 120,00 por agente, para cada sábado de atuação no combate ao mosquito transmissor das Arboviroses.

Até o mês de maio, mais de 90% dos municípios aderiram ao programa, triplicando o número de cidades mobilizadas – no primeiro bimestre, apenas ¼ das cidades participavam dos mutirões aos finais de semana. Cerca de 80 mil agentes têm sido mobilizados, todo sábado, para eliminar criadouros do Aedes por todo o território paulista.

O investimento do Governo do Estado totaliza R$ 25 milhões de repasses aos municípios envolvidos, no período de março a maio.

Cidades interessadas podem participar mediante assinatura de um Termo de Adesão, indicando o número de agentes e de supervisores mobilizados na campanha. Cada prefeitura deve garantir que esses profissionais realizem o trabalho de campo durante todos os sábados.

As equipes têm a atribuição de realizar vistorias domiciliares para eliminação de criadouros e potenciais focos do mosquito, bem como mobilizar a população para evitar novas infestações. Os agentes também devem preencher formulários atestando as visitas aos imóveis. Assim, além da prestação de contas dos recursos repassados pelo governo do Estado, os gestores municipais devem submeter, mensalmente, relatórios de vistoria à Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), autarquia vinculada à Secretaria de Estado da Saúde, para monitoramento do trabalho.

A Secretaria fornece apoio técnico e orientação para o desenvolvimento das atividades previstas e o material educativo utilizado nas ações.

Campanha já eliminou criadouros do mosquito em 17,9 milhões de imóveis

Desde janeiro, 17,9 milhões de imóveis passaram por varreduras completas, com a eliminação de criadouros do mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya, como parte da campanha "Todos juntos contra o Aedes aegypti", do Governo do Estado.

No total, foram feitas 24,5 milhões de visitas, incluindo o deslocamento de agentes a locais onde a entrada não foi possível – imóveis fechados ou onde não houve autorização para entrada.

Semanalmente, mutirões de vistoria e enfrentamento ao Aedes foram feitos conjuntamente por agentes estaduais, municipais, das Forças Armadas e cidadãos. O contingente foi reforçado pela Defesa Civil do Estado que realizou a mobilização de voluntários em todo o Estado, além de profissionais das defesas civis municipais.

Além de pagar diárias extras para os agentes municipais, a Secretaria de Estado da Saúde dobrou o efetivo da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), que passou a contar com mil agentes disponíveis para auxiliar as prefeituras nas ações de campo.

O resultado dessas atividades nas residências foi a queda expressiva verificada na avaliação de densidade larvária, que indica o número de criadouros dos mosquitos nas residências e ajuda a nortear as ações de prevenção e controle da doença.

O índice de infestação predial médio no Estado caiu logo em fevereiro e, em abril chegou à proporção de, no máximo, 1 recipiente a cada 100 imóveis, o que representa um cenário considerado satisfatório.

Em dezembro de 2015, o índice era de 3,5 recipientes com presença de larvas do Aedes aegypti a cada 100 imóveis pesquisados, o que configurava um cenário de alerta – muito próximo ao de risco, contado a partir da proporção de 3,9 criadouros a cada 100 imóveis.

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