Chuva irregulares noroeste paulista em março na média atingem 83% do esperado, mas em Ilha Solteira chove 74% a mais que o esperado

De acordo com os registros realizados pela RedeAgrometeorológica do Noroeste Paulista operada pela  Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira,  o volume de chuva médio de 140 mm registrado em março na região Noroeste Paulista atingiu apenas 80% da média histórica esperada para o mês, que é de 169 mm.  Já o volume anual dos três primeiros meses de 2016 de 532 mm se igual ao esperado e represa 
Segundo a Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira que monitora o clima na região, apenas dois municípios registram volume de chuva em março acima da média histórica - Ilha Solteira e Pereira Barreto em sua porção oeste.
O destaque maior vai para o município de Ilha Solteira onde choveu quase o dobro do esperado, ou seja, de acordo com a média histórica para esse mês o a chuva esperada seria de 149 milímetros porem já acumula cerca de 244 milímetros o que resulta em 65% a mais que o esperado.

Nos municípios de Pereira Barreto (Estação Santa Adélia) e Sud Mennucci (Estação Santa Adélia Pioneiros) a chuva acumulada também já é superior a esperada onde cada cidade registra 191 e 139 milímetros, respectivamente.

Os demais municípios monitorados pela Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista tiveram o acumulo de chuva a baixo do esperado sendo a situação mais critica na cidade de Paranapuã em era esperado uma média de 248 milímetros e só acumulou até agora 97 milímetros, com apenas 40% do esperado. Em seguida vem as cidades de Itapura e Populina em que era esperado 195 e e 180 milímetros, porem só choveu 109 milímetros nas duas cidades.

Com exceção de Populina, Marinópolis, e Paranapuã, todos os outros municípios do Noroeste paulista estão com apenas dois dias sem chuva maior que 10 milímetros.

O gráfico abaixo representa a mostra o volume de chuva de acordo com a média histórica e a chuva acumulada no mês de março na região.

É grande a dispersão entre as chuvas na região, e o número de dias sem chuvas no noroeste paulista varia desde 3 dias em Pereira Barreto, Ilha Solteira e Sud Mennucci e 14 e 17, como acontece em Marinópolis e Paranapuã. Essa grande variação das chuvas, tanto na intensidade, como no volume tem levado o Professor Dr. Fernando Braz Tangerino Hernandez, da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira a defender maior planejamento e investimentos em ações mitigadoras destes extremos. Para ele "a grande variabilidade das chuvas, potencializada com a frequência cada maior das chuvas convectivas que acontecem no final da tarde ou início da noite muitas vezes resulta em prejuízos aos agricultores muito perto uns dos outros. Cada vez mais se exige nos agropecuaristas investimentos em estruturas de retenção e infiltração de água na propriedade, como terraços maiores e represas para captar os excessos e sistemas de irrigação para suprir o déficit hídrico e garantir a produtividade e a sustentabilidade do negócio de produção de alimentos. Conviver com extremos climáticos tem sido cada vez um grande desafio que exige planejamento, capacitação técnica e investimentos".

Em março se iniciou o outono, no dia 20. A temperatura média do mês de março variou entre 25,8°C no município de Itapura e  26,6°C em Ilha Solteira, a maior média entre as oito estações.


Já em relação à média das temperaturas máximas, variou entre 32,0°C no município de Pereira Barreto (Estação Santa Adélia) e  33,1°C em Populina, a maior média entre as oito estações.
A evapotranspiração no mês de março variou de 3,5 mm/dia (98,8 mm/mês) em Sud Mennucci na Estação Santa Adélia Pioneiros até 4,3 mm/dia (121,5 mm/mês) em Pereira Barreto (Estação Santa Adélia), a maior de todo o Noroeste Paulista no mês de março. Valores altos de temperatura do ar, condicionado com uma alta radiação e com uma umidade do ar média baixa, trazem o valor da evapotranspiração para valores superiores aos esperados de 4 a 5 mm/dia. Assim como a baixa temperatura e umidade do ar com altos valores combinados com a baixa radiação, resultam em baixos valores de evapotranspiração. A elevada evapotranspiração, na maioria das vezes não compensada pelas chuvas, faz com sejam observados na região noroeste paulista, altos valores de déficit hídrico nos solos.


Evapotranspiração é a perda de água para a atmosfera por evaporação da água do solo e transpiração das folhas e que para máxima produtividade, deve ser reposta por chuva ou irrigação.  A UNESP Ilha Solteira através do Canal CLIMA atualiza a cada hora o valor da evapotranspiração no noroeste paulista. De acordo com o Professor Dr. Fernando Braz Tangerino Hernandez, da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira, "com essas informações divulgadas pela UNESP os irrigantes da região podem aplicar água através dos sistemas de irrigação com elevada eficiência no processo de produção de alimentos. O manejo da irrigação, nada mais é que uma conta corrente, onde são calculadas as perdas de água pela evapotranspiração da cultura e as entradas de água pelas chuvas, se o resultado for favorável para a evapotranspiração, a reposição de água deve ser feita pelo sistema de irrigação e de posse deste resultado, se estima o tempo necessário para que o sistema de irrigação fique ligado para recompor o armazenamento de água no solo e garantir a máxima produtividade".

A Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira desenvolve intensas e diferenciadas atividades de ensino, pesquisa e extensão e pode ser conhecida em seus diferentes canais de comunicação, cada qual com uma linguagem distinta de modo a contribuir com o entendimento e desenvolvimento sócio-econômico baseado na agricultura irrigada. 

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