FOLHAGERAL

da redação


Não existe


quem nunca tenha ouvido esta pergunta irônica: "Você compraria o carro usado de um político, confiando nas palavras dele?" Esta jóia do folclore político surgiu em 1960, na disputa presidencial dos Estados Unidos entre John Kennedy e Richard Nixon. Ambos se tornaram presidentes (Kennedy em 1961 e Nixon em 1969). E ambos se revelaram não confiáveis para vender carros usados.

A falta
de credibilidade dos políticos é geral. Certa vez, um político brasileiro quis dar uma prova rigorosa da sua credibilidade. Tinha que se comprometer por escrito, preto no branco. Nas eleições municipais de 2004, o candidato José Serra (PSDB) escreveu e registrou em cartório que, se fosse eleito prefeito da cidade de São Paulo, exerceria todo o mandato de quatro anos. Foi eleito e tomou posse. Mas deixou o cargo após 15 meses para concorrer a governador do Estado em 2006.

O tempo
passa mas os políticos não mudam seus costumes. Em janeiro de 2013, nesta cidade de Jales, três partidos políticos com maioria na Câmara Municipal (seis dos dez vereadores) resolveram fazer um acordo (foto) para composição da Mesa Diretora da casa no período legislativo que se iniciava (2013 a 2016). Compromisso para ser, de fato, obedecido.


O acordo (foto)
foi registrado em Ata da Reunião, em 01 de janeiro de 2013. Nove pessoas presentes assinaram seus nomes. Dirigentes partidários (3): Flá (presidente do DEM), Gibão (representante do PSB) e Cacaio (representante do PT). Vereadores do DEM (3): Gilberto Alexandre de Moraes (Gilbertão), Jesus Martins Batista (Jesus da Prefeitura) e Nivaldo Batista de Oliveira (Tikim). Vereador do PSB (1): Rivail Rodrigues Júnior (Júnior Rodrigues). Vereadores do PT (2): Pérola Maria Fonseca Cardoso e Luís Fernando Rosalino.

Os participantes
da reunião concordaram que os seis vereadores elegeriam com seus votos os futuros presidentes da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Jales, na seguinte ordem. Pérola Maria Fonseca Cardoso em 2013. Gilberto Alexandre de Moraes em 2014. Nivaldo Batista de Oliveira em 2015. Rivail Rodrigues Júnior em 2016.

O compromisso
foi honrado com os vereadores Pérola Maria, Gilberto Alexandre e Nivaldo Batista. Eles assumiram a presidência da Mesa Diretora nos respectivos anos e realizaram com prestígio suas atribuições. Porém, agora aconteceu uma recaída de credibilidade Realizou-se uma sina: o compromisso político foi desrespeitado. Não adiantou o vereador Rivail Rodrigues ter votado junto com os petistas contra o parecer prévio do TCESP que rejeitou as contas de 2012 do então prefeito petista Parini.

Na sessão
ordinária da Câmara Municipal de segunda-feira (dia 14), os votos dos petistas Pérola Maria e Fernando Rosalino foram desviados e reelegeram o presidente Nivaldo Batista. Por conta disso, Rivail Rodrigues perdeu a sua vez registrada no acordo. Sem o apoio da escada (retirada pelos petistas), Rivail ficou dependurado, segurando na brocha. Lá do botequim da vila os analistas têm um nome pra isso.

Será
que o vereador Gilbertão e o DEM foram os responsáveis pela derrota de Rivail, segundo colocaram?

Dessa forma,
o vereador Nivaldo Batista de Oliveira (Tiquinho), do DEM, foi reeleito presidente da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Jales para o exercício de 2016. O vereador Tiago Abra (SDD), ligado grupo do prefeito Callado, foi eleito vice-presidente.

Agora,
os eleitores do vereador Tiquinho entendem o motivo dele ter votado pela rejeição do parecer prévio do TCESP, que foi desfavorável à prestação de contas do então prefeito Parini e seu vice Clóvis Viola no exercício de 2012. Foi uma troca de favores para atropelar o acordo firmado em ata e contar com a retribuição da bancada petista, mesmo Tiquinho cravando no voto, o nome de Rivail Rodrigues para presidente da Mesa.

Nos bastidores
políticos, as conversas sobre a reeleição de Tiquinho, com os votos petistas de Pérola Cardoso e Luís Fernando Rosalino, são apimentadas com suspeitas de influências exercidas por muita gente extra-Câmara. Em política, tudo é possível. Dizem até que o fato foi programado, visando uma possível longa licença do prefeito. Faz sentido.

Dizem
que críticas do vereador Rivail Rodrigues à administração municipal não foram bem digeridas no Paço Municipal

Os analistas
políticos do botequim da vila opinam que, pelo andar da carruagem, o Legislativo jalesense poderá sofrer uma renovação inédita nas eleições municipais de 2016. Para começar, o vereador Gilberto Alexandre de Moraes (DEM) já se definiu e garante que não vai disputar reeleição. Ainda, mais: os eleitores estão de olhos abertos nos seus representantes na Casa do Povo. Eles sabem quem os representa muito pouco.

Numa
observação bem-humorada, futebol e política são excelentes em fornecer assuntos para bate-papos desintoxicantes. No futebol, o São Paulo anunciou esta semana a contratação do treinador argentino Edgardo Bauza, bicampeão da Copa Libertadores da América. Na política, Flá Prandi (DEM) e Pedro Callado (PSDB) andaram afinando as conversas com vistas nas eleições municipais de 2016.

A Prefeitura
notificou um grande número de proprietários de lotes sem construção para que mantenham a devida limpeza dos seus imóveis, sob pena de multa ao descumprimento. Curioso é que, pela notificação, proprietário deve enviar ao departamento competente da administração uma foto do terreno, comprovando a sua limpeza.

Na terça-feira,
dia 15, a 3ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça negou provimento ao recurso (agravo de instrumento) por votação unânime no caso da Facip 2013 que não se realizou, interposto por Eunice Mistilides Silva, Pedro Manoel Callado Moraes, João Nogueira, Adriano Lisboa Domênicis, Renato Luis de Lima Silva, Roberto Berto Timpurin, Douglas Eduardo Cruz Zilio, Angélica Colombo Boleta e Luis Fernando de Paula. Cabe recurso.


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