Leite de arroz pode ser prejudicial se usado como substituto do leite de vaca

O leite de arroz, muito recomendado em dietas para quem tem intolerância à lactose ou alergia às proteínas do leite, pode se tornar o mais novo vilão se for usado como o substituto para o leite de vaca em crianças menores de 4 anos e meio.

Isso porque ele possui uma quantidade de arsênico inorgânico, manganês e alumínio que podem ser prejudiciais ao sistema nervoso central, rins e fígado se consumidos em alta quantidade e período prolongado. "Além disso, a quantidade de proteína é inferior ao que uma criança necessita, principalmente, se for utilizado como fonte única de substituição do leite", afirma a Dra. Renata Cocco, coordenadora da Comissão de Alergia Alimentar da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).

Segundo a especialista, se o leite de arroz for consumido nessa faixa etária, as substâncias mencionadas acima podem ficar depositadas nos órgãos (rins, fígado e sistema nervoso central), levando a efeitos neurotóxicos, nefrotoxicidade e hepatotoxicidade. Vale saber que o consumo em quantidades pequenas (cerca de 1 copo por dia) ou em preparações culinárias excepcionais não é nocivo.

Não existem dados estatísticos no Brasil sobre as alergias às proteínas do leite, mas sabe-se que a prevalência entre a população mundial varia entre 1,8% a 7,5%.

Mas para quem tem alergia à proteína do leite, quais as opções que existem no mercado? "Fórmulas hidrolisadas à base de leite de vaca seriam as principais opções para a substituição nos 2 primeiros anos de vida, pois apresentam adequado valor nutricional para esta faixa etária. As fórmulas de soja podem ser utilizadas em algumas formas de alergia, mas nunca antes dos 6 meses de vida. Bebidas à base de soja podem ser indicadas a partir de 1ano de idade, desde que se respeite o valor calórico, já que a maioria contêm alta quantidade de carboidratos (açúcares) em sua composição", explica a Dra. Renata.

Atenção também para o leite de amêndoas ou outras castanhas, bem como o de aveia, que também apresentam quantidades mais elevadas de manganês e alumínio e podem levar a neurotoxicidade se consumidos em altas doses como substituto único do leite de vaca.

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