Exames laboratoriais de rotina são importantes às crianças?

Não é segredo que cuidar de um filho é um importante desafio. Além dos aspectos comportamentais, sociais e educacionais, a saúde dos pequenos sempre preocupa a família. Entretanto, durante as visitas ao pediatra, não há necessidade de espanto ou desconfiança caso o médico não peça uma bateria de exames laboratoriais (sangue, fezes, urina).

"Existem algumas correntes médicas que indicam exames laboratoriais com certa frequência. Porém, a que ainda predomina é a da evidência científica, a qual preconiza os exames clínicos e o acompanhamento médico". É o que explica o dr. Paulo Tadeu Falanghe, membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).

O pediatra salienta que os exames devem ser solicitados, se necessários, de forma complementar às visitas regulares ao pediatra ou quando há sintomas de alguma doença – até mesmo em casos de histórico de determinadas patologias na família ou na região onde a criança reside.

"Uma criança cuja família tem dislipidemia, alterações no colesterol e ou triglicérides, poderá ser submetida a um exame de investigação da patologia, visto que tal doença, numa fase inicial, poderá cursar sem manifestações clínicas e, dependendo do resultado, deverá ter acompanhamento específico, multiprofissional e periodicamente terá que medir suas taxas. Assim como uma criança obesa: além do exame físico, é necessária uma investigação maior, mesmo com exames laboratoriais para ajudar a detectar se ela possui problemas de saúde que podem estar colaborando com a gênese da doença ou mesmo sendo um fator complicador", diz o especialista.

No caso das características comunitárias, dr. Paulo cita como exemplo atual a Dengue. Se uma criança vem de uma região em que ocorre o surto da doença e chegar ao atendimento com febre, o pediatra deverá investigar se houve contaminação pelo vírus, através de exames laboratoriais.

Para uma maior atenção à saúde, o ideal é que seja feita a puericultura, que é o acompanhamento com o pediatra do nascimento até a adolescência, sempre com a visão da promoção da saúde e prevenção de doenças. Fazendo isto, o médico saberá quando existe necessidade de pedir exames – e, além disso, em caso de detecção de alguma doença, a chance de cura será maior devido ao diagnóstico precoce.

"Segundo as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria, é necessário que a criança seja levada ao pediatra, no primeiro ano de vida, todo mês. No segundo ano de vida, a cada três meses. Dos 2 aos 4 anos de idade a cada seis meses e a partir dos 5 anos em diante, uma vez ao ano, com o objetivo de atender à sua puericultura, independentemente de problemas eventuais de saúde que possam ocorrer", finaliza o pediatra.

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