Alunos da UNESP fazem visita técnica em fazenda que inova na produção de citros e mamão com irrigação por pivô central e gotejamento











Em um momento em que o oeste paulista sofre as consequências de quase cinquenta dias sem chuvas, os alunos da UNESP Ilha Solteira puderam constatar na prática o contraste oferecido pelas condições de sequeiro, com pastagens secas e paisagem que se assemelha as condições do semi-árido e o verde proporcionado pela segurança hídrica dos sistemas de irrigação, que com seus efeitos multiplicadores oferecem oportunidades em toda a cadeia de produção. Também conheceram como a inovação em sistemas de produção agrícola se completa com o uso adequado de diferentes sistemas de irrigação como explica o Professor Dr. Fernando Braz Tangerino Hernandez da UNESP Ilha Solteira: "não existe um melhor sistema de irrigação e sim aquele que mais se adequa às condições locais de cultura, solo, clima, qualidade e disponibilidade da água e ainda disponibilidade financeira".

Neste contexto, no último sábado - 22 de agosto de 2015 - os Professores Doutores Aparecida Conceição Boliani e Fernando Braz Tangerino Hernandez juntaram conhecimentos e e levaram os alunos das disciplinas de Fruticultura e Irrigação e Drenagem da UNESP Ilha Solteira para uma visita técnica na Frutas Scholl, onde acompanhados dos Engenheiros Agrônomos também da Irrigaterra tiveram a oportunidade de participar de uma atividade multidisciplinar que visou aprofundar os conhecimentos sistemas de irrigação, especialmente o pivô central e o gotejamento, que viabilizaram uma das experiências inovadoras na produção de citros e mamão e que acontece na nossa região noroeste paulista. O Professor Fernando Tangerino resumiu assim a atividade "nossos alunos alunos tiveram a experiência de conhecer um sistema de produção em que o consórcio entre as duas culturas potencializa a rentabilidade do negócio de produção de alimentos e também de verificar /in loco/ que os sistemas de irrigação devem ser adequadamente selecionados, abrindo oportunidades em vários ramos da cadeia de produção pode ser considerado uma privilégio aos nossos alunos, sendo o produtor João Luiz Scholl um inovador e comprova que sistemas de irrigação por pivô central e gotejamento podem conviver lado a lado, cada um cumprindo o papel mais adequado para garantir altas produtividades e o eficiente uso da água. Agrega-se à visita, a constatação de como o irrigante está mitigando os efeitos do baixo nível prolongado do rio Paraná, sob a influência da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira".

Balsa improvisada suporta a segunda motobomba que funcionando em série entrega água na casa de bombas. O baixo nível dos reservatórios impõe restrições técnicas e custos aos irrigantes.
Os alunos foram recepcionados pela Engenheira Agrônoma Nayara Prado, que contou sua trajetória desde a sua formação na UNESP Ilha Solteira até ser efetivada na Frutas Scholl, sendo a responsável pela comercialização da produção da fazenda, mamão com destino principalmente à região sul do país, sendo a nossa região a metade da distância do principal centro produtor que fica no norte do Espírito Santo e sul da Bahia. Já os citros são produzidos para mercado, mas como não sofrem beneficiamento na propriedade tem como destino o Ceasa.

Na sequência os Engenheiros Agrônomos da Irrigaterra - empresa especializada em sistemas de irrigação e drenagem fizeram uma análise do atual cenário da agricultura irrigada e também de perspectivas futuras. O primeiro a falar foi o Gerente Geral, o Engenheiro Agrônomo Marcelo Akira Suzuki que comunicou a todos a satisfação pela Irrigaterra ter vencido a licitação para construir todo o gramado da Nova Arena de Votuporanga. "Será uma Arena construída no padrão CBF, com topsoil, grama Bermuda Celebration fornecida em big roll, sistema de drenagem e irrigação com emissores Hunter Rotor I-25 de 6" de eixo inox, representando o mais moderno padrão construtivo, desde os cuidados no projeto até nos materiais utilizados. Teremos orgulhos em dizer que a Irrigaterra - uma empresa da região - executou esta obra. Para a Irrigaterra, ser o responsável pela implantação do gramado, da drenagem e da irrigação da Nova Arena de Votuporanga para nós é motivo de grande orgulho e satisfação. A Irrigaterra é uma empresa da região para atender preferencialmente a região noroeste paulista e ainda mantemos a nossa filial em Votuporanga e dessa maneira nada mais coerente do que mostrar nossa capacidade técnica na nossa casa. Empregaremos na Nova Arena o que há de mais moderno em tecnologia ligada à campos esportivos e quando o público e os jogadores sentirem satisfação em estar no local, sentiremos orgulho de termos feito parte desta obra", frisou Marcelo Suzuki que também fez comentários sobre o mercado de irrigação paisagística e dos trabalhos executados pela empresa em várias cidades brasileiras, irrigando áreas institucionais de condomínios.

O Gerente Comercial, Engenheiro Agrônomo Mauro Takao Suzuki fez uma explanação sobre mercado de pivôs centrais e irrigação localizada, como atual e deixou os aspectos técnicos de cada sistema para serem abordados no interior da área irrigada, onde foi bastante questionado pelos alunos. Também pertencente à Irrigaterra, a Engenheira Agrônoma Yane Freitas contou também a sua trajetória profissional até ser efetivada na Irrigaterra. "Façam estágio, não desprezem visitas técnicas, não menosprezem os ensinamentos, acreditem, vocês vão precisar deles", enfatizou.

Já no interior da área irrigada e sob um pivô central irrigando citros uma "chuva" de perguntas feitas pelos alunos foram respondidas pelos Engenheiros Agrônomos Mauro, Nayara e Yane, com comentários, quando oportunos, feitos pelos Professores Tangerino e Boliani que deixaram para os anfitriões a maior parte das respostas. "Colocar nossos alunos em contato direto com quem já está no mercado de trabalho é fundamental como complemento da formação acadêmica, desperta a curiosidade e os estimula" afirmou a Professora Boliani. Para irrigação dos citros Mauro deixou bem claro as adaptações necessárias e que o vão livre deve ser de pelos 5,0 metros e o da Lindsay, comercializado pela Irrigaterra e implantado na Fazenda tem 5,8 de vão livre.

No cabeçal de controle, onde se localizam os filtros e o sistema de injeção para a fertirrigação, houve a explicação do funcionamento dos mesmos e também os procedimentos que acontecem durante a filtragem e a retrolavagem e a seguir os alunos desceram até a casa de bombas para conhecer as instalações e adequações feitas pelo produtor para continuar irrigando mesmo com a baixa do nível do reservatório de Ilha Solteira, devido a crise hídrica vivida atualmente, entre elas o aumento na tubulação de sucção e a associação de bombas em série.

Os alunos também receberam informações sobre as diferentes variedades de citros e de mamão implantadas e os sistemas de produção utilizados, e como se faz a consorciação entre citros e mamão. Em uma área recém implantada foi possível visualizar a importância da sexagem na cultura do mamão e a Engenheira Agrônoma Nayara Prado explicou que "na propriedade são colocadas três mudas por cova de mamão e mantidas até a floração, onde ocorrerá a sexagem das plantas e assim serão mantidos preferencialmente as plantas hermafroditas, pois estas são responsáveis pela produção de mamão comercializados".

No consórcio entre citros e mamoeiros, o produtor cultiva mamão nos espaços entre plantas de citros porque "o mamão começa a produzir frutos comerciais em 6 meses enquanto o citros leva aproximadamente 3 anos para trazer retorno ao produtor, assim o mamão aproveita a estrutura, como a irrigação por gotejamento, do local e seu lucro acaba custeando o plantio das novas plantas de citros", explicou Nayara Prado.

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