Índice de Consumo das Famílias continua em queda livre e atinge a pior pontuação desde janeiro de 2010

 
Segundo a FecomercioSP, os consumidores preferem manter o consumo básico e buscam na poupança uma saída para equilibrar as contas
 
São Paulo, 29 de junho de 2015 - Pelo oitavo mês consecutivo, o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou queda e atingiu, mais uma vez, o pior nível histórico desde janeiro de 2010. Em junho, o indicador marcou 81,7 pontos, retração de 9,1% em relação a maio e de 26,3% no comparativo anual. Trata-se da maior queda interanual da série histórica.
 
O índice é apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e varia de zero a 200 pontos, no qual abaixo de cem pontos significa insatisfação e,  acima de cem pontos, satisfação em relação às condições de consumo.
 
Segundo a assessoria econômica da Federação, a alta da inflação e dos juros aliados à falta de perspectiva da recuperação da economia fez com que as famílias perdessem fortemente o poder de compra. Com isso, os consumidores preferem manter o consumo básico e buscam na poupança uma saída para equilibrar as contas.
 
A estimativa da Entidade é que para os próximos meses o consumo permaneça em baixa, além de atingir novos recordes ao invés de uma reversão do cenário. Portanto, o segundo semestre do ano será de muita dificuldade para as famílias, pois com inflação e desemprego crescendo e sem perspectiva de melhora, o alerta máximo para as finanças continuará ligado e, assim, manterá o indicador nessa área de insatisfação.
 
Itens
Pelo terceiro mês consecutivo, os sete itens que compõe o ICF registraram queda na comparação mensal e, pela primeira vez, Renda Atual (97,7 pontos) e Acesso ao Crédito (87,4 pontos) entraram na zona de insatisfação. Os dados mostram que é a primeira vez que as famílias acreditam que a renda está pior neste momento do que em relação ao mesmo período em 2014.
 
A maior variação mensal negativa foi vista no item Momento para Duráveis, que recuou 15,4% na comparação com maio e atingiu 56,3 pontos.
 
O item Nível de Consumo Atual marcou 56,2 pontos, retraiu 12,1% na comparação com maio, e completa 29 meses seguidos no patamar da insatisfação. Perspectiva de Consumo caiu 12% no período e atingiu 64,9 pontos. Os indicadores Emprego Atual (106 pontos) e Perspectiva Profissional (103,4 pontos) despencaram 4,6% e 3,7% respectivamente.
 
Renda
Pelo segundo mês seguido, o ICF de ambas as classes por renda ficou abaixo dos cem pontos. A pesquisa aponta que, entre as famílias com renda de até dez salários mínimos, o índice atingiu 84,4 pontos, queda de 9,8% na comparação com maio. Adicionalmente, o índice de famílias com renda superior a dez salários mínimos recuou 7% e marcou 73,9 pontos.
 
Metodologia
O ICF é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde janeiro de 2010, com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: Emprego atual; Perspectiva profissional; Renda atual; Acesso ao crédito; Nível de consumo atual; Perspectiva de consumo; e Momento para duráveis. O índice vai de zero a 200 pontos, no qual abaixo de cem pontos é considerado insatisfatório e acima de cem pontos é denotado como satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador antecedente de vendas do comércio, tornando possível, a partir do ponto de vista dos consumidores e não por uso de modelos econométricos, ser uma ferramenta poderosa para o varejo, para os fabricantes, para as consultorias e para as instituições financeiras.
 
Sobre a FecomercioSP
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Congrega 155 sindicatos patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A Entidade representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes. Esse universo responde por 11% do PIB paulista - aproximadamente 4% do PIB brasileiro - e gera em torno de cinco milhões de empregos.

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