Asma atinge 235 milhões de pessoas no mundo

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que 235 milhões de pessoas sofram de asma em todo mundo. No Brasil, ela acomete cerca de 10% da população e também é responsável por elevados gastos com hospitalizações. Em 2014, foram 112.772 internações por asma, constituindo uma das principais causas de internação no Sistema Único de Saúde (SUS), considerando todos os grupos etários.

Levantamento realizado pelo Dr. Eduardo Costa, membro da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), apontou que nos Estados Unidos o custo médico anual estimado com a asma alcançou US$ 18 bilhões em 2005. Na Europa, ultrapassou os € 20 bilhões.

"Em estudo com asmáticos em tratamento na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, aferimos um custo médio (direto e indireto) da asma de quase R$ 2 mil/paciente-ano, com um incremento de 12% para os asmáticos com rinite associada. O custo da asma foi maior em pacientes que apresentaram sobrepeso/obesidade, nos casos mais graves e com pior controle da doença", conta Dr. Costa.

Algumas pesquisas realizadas nos últimos anos tentam estabelecer a relação entre obesidade e asma. "Principalmente, porque houve aumento na prevalência de ambas. Algumas substâncias produzidas pelas células adiposas são capazes de aumentar o processo inflamatório relacionado à asma, e o acúmulo de gordura toracoabdominal dificulta os movimentos respiratórios, contribuindo para o surgimento de sintomas de asma. Contudo, ainda são pouco conhecidos quais os mecanismos envolvidos nessa relação", explica a Dra. Faradiba Sarquis Serpa, especialista da ASBAI.

A pesquisa do Dr. Eduardo Costa apontou ainda que o custo da doença teve impacto importante nas famílias, ao consumir mais de 10% da renda familiar e os medicamentos para asma correspondem a mais da metade do custo total da doença. "Se todos os asmáticos brasileiros recebessem o mesmo tipo de tratamento, o custo total estimado da asma no Brasil estaria entre R$ 13 e R$ 18 bilhões/ano, correspondendo a cerca de 0,5% do PIB ou a 4% do PIB da Saúde", explica Dr. Costa, responsável pelo estudo.

O que é a asma? – É uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias, na maioria das vezes de origem alérgica. Sua prevalência é maior na infância, quando chega a afetar 20% das crianças e adolescentes.

A inflamação presente nos brônquios é desencadeada ou agravada por alérgenos inaláveis (ácaros, fungos, epitélios de animais, baratas, pólens), infecções respiratórias (sinusite, resfriados e gripes), doença do refluxo gastroesofageano, poluentes e uso de medicamentos (anti-inflamatórios e betabloqueadores).

Os principais sintomas são: falta de ar, chiado no peito, tosse, sensação de aperto no peito e, dependendo da gravidade da doença, limitação para atividades diárias.

Os impactos na vida do paciente são muitos, como os custos difíceis de serem avaliados: ansiedade, sofrimento, má qualidade de vida, além de riscos futuros resultantes do absenteísmo escolar.

Segundo a Dra. Faradiba, o objetivo do tratamento é alcançar o controle da doença. "Para isso, usamos medicamentos preventivos que controlam a inflamação presente nos brônquios e remédios para as crises, que têm a função de dilatar os brônquios. Alguns pacientes podem também ter benefício com o uso de imunoterapia (vacinas de alergia) com os alérgenos aos quais está sensibilizado", conta a médica.

Além do uso de medicamentos, faz parte do tratamento a diminuição do contato com alérgenos e fatores irritantes (fumaça, cheiros fortes e poluentes), vacinação contra gripe e tratamento da doença do refluxo.

"Discutir sobre os seus impactos individual e social é muito importante para estabelecer a cultura da adequada prevenção e da utilização de medicamentos que possam garantir a ausência de crises", explica Dra. Ana Paula Moschione Castro, diretora da ASBAI.

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