PF de Jales prende ex-prefeito de Fernandópolis por fraudes e desvios que chegam a R$ 10 milhões em prejuízo da Fundação Educacional do município

Outras duas pessoas também foram presas temporariamente, além de um indivíduo que foi conduzido coercitivamente. O presidente afastado da FEF, P.S.N. que foi preso em outra Operação em dezembro de 2014, também está entre os presos.



A Polícia Federal de Jales/SP deflagrou na manhã desta sexta-feira, (27), a Operação Vulpino, que tem como objetivo identificar fraudes e prender indivíduos que causaram rombo de aproximadamente 10 milhões de reais aos cofres da Fundação Educacional de Fernandópolis no período em que dois dos investigados presidiam a instituição.

Após a deflagração da Operação Bolsa Fantasma no final de 2014, ocasião em que o presidente afastado da FEF, (Fundação Educacional de Fernandópolis) P.S.N. foi preso por fraudes em programas de concessão de bolsas estudantis, um interventor foi nomeado pela justiça e teve início uma cooperação entre a PF de Jales e os interventores. Este trabalho conjunto revelou que as fraudes não se limitavam apenas às concessões de bolsas. Além de novas fraudes, a PF descobriu que a presidência anterior também havia causado um rombo milionário nas contas da instituição.

O ex-prefeito da cidade de Fernandópolis, L. V. S., antes de assumir a prefeitura do município, presidiu a FEF por alguns anos. Durante este período, P.S.N., presidente da instituição preso em dezembro de 2014, era o assessor jurídico da instituição. Juntos, permitiram que prejuízos milionários fossem suportados pela FEF mediante a compra de "créditos podres" de uma Usina Açucareira do estado de Alagoas. Eles adquiriram, em nome da FEF, créditos contábeis sem nenhum valor e, mesmo assim, pagavam valores milionários a pessoas que se identificavam como procuradores da empresa detentora dos créditos falsos.

Quando a FEF apresentava os créditos à Receita Federal e à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, os mesmos eram recusados, pois eram falsos. Mesmo assim, a FEF pagava aos procuradores da Usina Açucareira pelos "créditos podres" causando prejuízos milionários aos cofres da FEF.

Também foram identificadas irregularidades na compra de um terreno para a construção de uma unidade da FEF em Rondonópolis/MT. Um empréstimo foi feito pelo então presidente L.V.S. com anuência do assessor jurídico P.S.N. junto a um banco para a construção de uma unidade naquele município, tudo em desacordo com o Estatuto da FEF. A obra não foi concluída e o empréstimo não foi honrado. O banco executou a dívida e ficou com o terreno com a construção parcial, causando mais um rombo milionário à instituição educacional.

Até o momento, pelo menos 10 milhões de reais em fraudes e desvios foram identificados em detrimento do patrimônio da FEF. Além do ex-prefeito, outros indivíduos tiveram prisão decretada. Os seis mandados de busca e apreensão e os quatro mandados de prisão expedidos pela Justiça Estadual de Fernandópolis foram cumpridos por diversas equipes da Polícia Federal em três Estados. Os municípios que estão sendo diligenciados são: Francisco Beltrão/PR, Campo Grande/MS, Olímpia/SP e Fernandópolis/SP.

Os investigados foram indiciados pelos crimes de estelionato, falsificação de documento particular, uso de documento falso e associação criminosa. Todos os presos e toda a documentação apreendida será encaminhada para a Delegacia da Polícia Federal em Jales. O Delegado Federal Cristiano Pádua da Silva, chefe da PF em Jales, preside a investigação e afirma que "...é possível concluir que a direção de (...) causou graves danos e prejuízos milionários à saúde financeira da Fundação Educacional de Fernandópolis".

Os presos estão serão ouvidos pelo delegado federal responsável pelas investigações e posteriormente serão conduzidos para a cadeia pública de Jales onde permanecerão à disposição da Justiça Estadual de Fernandópolis.


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